Investimentos em infraestrutura têm crescido no Brasil, baseados principalmente em concessões realizadas em várias áreas, como rodovias, ferrovias e aeroportos, e nota-se o interesse e disposição da iniciativa privada em participar desse processo. O setor portuário também tem sido beneficiado, e a quantidade de novos terminais privados vem aumentando desde 2017. Neste ano, segundo a Associação Brasileira de Terminais Portuários Privados (ATP), foram autorizados 10 empreendimentos, número que cresceu para 14 em 2018 e atingiu 20 em 2019.
O investimento global previsto nos terminais aprovados no ano passado atinge R$ 1,5 bilhão, e 11 deles estão localizados na região Norte. A previsão é que o movimento de cargas cresça mais neste ano, influenciado pelo aumento da produção de bauxita e pela conclusão do asfaltamento da BR-163, chegando a Miritituba, no Pará, fortalecendo o eixo logístico exportador na região, com crescimento das exportações de soja e milho.
Há dois pedidos para novos terminais privados em análise na Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), um no Espírito Santo e outro em São Paulo, que envolvem investimentos de R$ 6 bilhões. E o presidente da ATP, Murillo Barbosa, considera que os investimentos em instalações portuárias privadas poderiam ser maiores se houvesse maior segurança jurídica. Um dos pontos reclamados diz respeito ao risco da Antaq regular os preços dos serviços de segregação e entrega, que são a transferência de mercadorias da área "molhada" dos portos para terminais nas proximidades, que, segundo a entidade, retira a liberdade dos preços.
O governo também não tem descuidado dos portos públicos. Já são conhecidos os primeiros resultados dos estudos de viabilidade para o maior leilão de arrendamentos de áreas portuárias dos últimos quinze anos - o Terminal de Granéis Líquidos da Alemoa (STS08), no Porto de Santos. A versão final do documento deve chegar ao ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, nas próximas duas semanas, mas já é dado como certo que esse terminal será licitado ainda neste ano.
O leilão do STS08 exigirá contrapartida de investimentos de R$ 1 bilhão do vencedor da disputa, e esses recursos garantirão a ampliação da infraestrutura de logística, que deve propiciar o aumento de 64% da capacidade de operação. Destaque-se ainda que o Terminal de Granéis Líquidos da Alemoa faz parte de carteira de projetos composta por 11 novos leilões em 2020, que devem gerar R$ 2 bilhões em investimentos.
A expansão da capacidade de movimentação de cargas na Alemoa está associada a novos investimentos em ferrovias conectadas ao Porto de Santos, como a prorrogação da Rumo Malha Paulista e a concessão da Ferrovia Norte-Sul, demonstrando a importância de investir em todas as áreas de logística.
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