Inovação na gestão pública

É certo que os pré-candidatos estão se movimentando, em busca de apoios em diversos níveis, nos partidos e na sociedade em geral

Por: Da Redação  -  28/09/19  -  19:21

Aproximam-se as eleições municipais de 2020 e as atenções se voltam para possíveis nomes que disputarão o cargo de prefeito e concorrerão às Câmaras Municipais. Ainda é cedo para definições - a maioria da população não sabe em quem votará - mas é certo que os pré-candidatos estão se movimentando, em busca de apoios em diversos níveis, nos partidos e na sociedade em geral.


É legítimo e saudável que isso ocorra. A democracia se fortalece com a pluralidade de postulantes, representando diferentes correntes de opinião. Mas é necessário garantir que, nesta fase, comece o debate efetivo sobre temas que estão afeitos à administração municipal. Em tempos de crise, como a atual, recai sobre o poder local grande parte das demandas, em diferentes áreas, como educação, saúde e infraestrutura nos municípios, e os candidatos precisam ter respostas a elas.


Além de propostas concretas para os vários problemas, é preciso discutir e propor novas formas de gestão pública. As cidades, de maneira geral, enfrentam enormes dificuldades financeiras, com escassa capacidade de investimento. Isso é percebido pela população: pesquisa realizada pelo Instituto Arapyaú, em parceria com o Plano CDE, que realiza levantamentos nas classes sociais C, D e E, sobre quais seriam os gargalos para a implementação de modelos de inovação nas cidades, mostrou que 47,5% dos entrevistados indicaram a falta de recursos como maior entrave, seguido da burocracia (24,2%) e da carência de recursos humanos (14,2%). 


A falta de cultura inovadora apareceu apenas em quarto lugar, com apenas 11,7% das respostas. Mas, como destacam os responsáveis pela pesquisa, a inovação não depende, pelo menos inicialmente, de muito dinheiro nem de novas tecnologias. Ela está muito mais ligada à decisão dos gestores de buscar novas formas de administrar. Para que isso ocorra, é fundamental que eles sejam capacitados para exercer suas funções.


Não se trata da defesa de postura tecnocrática, segundo a qual apenas técnicos e especialistas têm capacidade de exercer funções públicas. Ao contrário, é a política que proporciona condições e exige que os gestores demonstrem habilidades. Eles devem cercar-se de equipes competentes e qualificadas, e a inovação se destaca como atributo fundamental para o sucesso. Nesse sentido, é importante o apoio externo de organizações da sociedade civil e da iniciativa privada, além das universidades.


O tempo do discurso fácil e enganoso, que resvala no perigoso populismo, precisa ser superado. Ao contrário, prefeitos e vereadores precisam conhecer a realidade e ser capazes de propor soluções inovadoras e criativas para os problemas municipais, contando com o decisivo apoio de redes colaborativas, indicando assim novos caminhos para a gestão das cidades.


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