Imóveis em alta

A avaliação da CBIC é que haverá crescimento de lançamentos e vendas de imóveis dos padrões médio e alto em 2020

Por: Da Redação  -  26/01/20  -  19:33

Há otimismo no mercado imobiliário. Na Baixada Santista, o setor aposta em crescimento expressivo em 2020, com redução dos estoques acumulados nos anos de crise e consequente aumento de novos lançamentos. A recuperação econômica, ainda que lenta e gradual, tem trazido maior confiança aos compradores para concretizar negócios.


A combinação de taxas de juros em queda e maior oferta de crédito habitacional tem estimulado a procura por imóveis, e permitido maior realização das vendas de modo geral. Pesou também positivamente a legislação sobre distratos imobiliários (que regula o rompimento de contratos firmados durante a fase de construção), sancionada no final de 2018. Mudaram as regras: antes os desistentes poderiam ter cerca de 90% dos valores pagos devolvidos pela construtora; com a nova lei, esse percentual caiu para 50%.


Dados preliminares relativos a lançamentos na cidade de São Paulo, envolvendo as principais incorporadoras que atuam no mercado, mostram crescimento de 36% do Valor Geral de Vendas (VGV), passando de R$ 16,6 bilhões para R$ 22,6 bilhões. Houve ainda crescimento nas vendas, que avançaram 27,2%, de R$ 15,3 bilhões para R$ 19,5 bilhões.


Os números mostram, de um lado, que as empresas faturaram mais com a comercialização de imóveis, fato que as estimulou a lançar novos empreendimentos. As incorporadoras destacam vendas relevantes em períodos de Natal e Ano Novo, em que dificilmente havia movimento expressivo.


A avaliação da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) é que haverá crescimento de lançamentos e vendas de imóveis dos padrões médio e alto em 2020 em relação aos produtos para a baixa renda. Preocupa, portanto, que não exista até agora planos efetivos para a habitação popular no Brasil. O déficit de moradias no Pais é de 8 milhões de unidades, segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) de 2018, sendo que 50% dele se refere a famílias entre 1 e 3 salários mínimos.


O Programa Minha Casa Minha Vida enfrenta muitas dificuldades de financiamento, e apesar de promessas de reformulação no modelo, nada foi divulgado. Nesse quadro, as projeções são de continuidade do melhor desempenho de lançamentos para as classes média e alta, já que a melhoria do crédito tem sido direcionada para consumidores de unidades voltadas para esses clientes, ainda que o anúncio da desvinculação do subsídio do Minha Casa Minha Vida ao lucro do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), feito em meados de dezembro passado, tenha proporcionado certo alívio às incorporadores que constroem para a baixa renda.


É importante para a economia nacional que a construção civil e o mercado imobiliário reajam e gerem empregos e renda. Espera-se, contudo, que todos os segmentos sejam beneficiados, incluindo a habitação popular.


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