Idosos sob alto risco

Não se deve esquecer ainda que alguns jovens são mais suscetíveis ao vírus e também podem perder suas vidas

Por: Da Redação  -  04/08/20  -  11:00

As estatísticas da Covid-19 indicam que o novo coronavírus é mais impactante do que se imagina na população idosa. No caso da Baixada Santista, com 1.376 óbitos registrados, 76,7% estão na faixa etária acima dos 60 anos. O que ainda precisa ser melhor investigado é o fato desse percentual da região superar o verificado no Estado, com 75%, e no País com 72%. Possivelmente, uma maior parcela da população mais velha em relação ao total verificado no Litoral explique essa incidência. De qualquer forma, os riscos para os idosos aumentam quando há associação com as chamadas comorbidades, como diabetes, doenças vasculares e hipertensão. Como são pacientes já conhecidos pelas redes de saúde pública e privada, é importante que se aumente o acompanhamento dessa faixa etária para reduzir as chances de mais perdas de vidas. Isso vale tanto para o cumprimento rigoroso do isolamento social como para o tratamento de saúde desse público.


O problema neste momento é que a desaceleração do registro de casos e mortes pelo novo coronavírus na região e a abertura ainda que controlada de estabelecimentos comerciais e da praia possam resultar na sensação de que o pior já passou e que é hora de baixar a guarda. Muito pelo contrário. Conforme os especialistas ouvidos por A Tribuna, com uma quarentena frouxa no Brasil, ao contrário do controle rígido que derrubou a transmissão do vírus em até quatro meses na Europa, por aqui a incidência da doença se estabilizou em patamares elevados e não dá sinais consistentes de recuo. A conclusão que se tem é de que a circulação da covid-19 continua sem grandes barreiras, deixando as fatias mais vulneráveis da população, os idosos e pessoas com comorbidades, sujeitas a riscos ainda consideráveis.


Além disso, a Covid-19 não é uma doença satisfatoriamente conhecida pela ciência. Ainda há dúvidas sobre a imunidade dos curados e quanto tempo essa condição persiste e, no caso dos doentes, não há consenso sobre o melhor coquetel de medicamentos contra o novo coronavírus. Por outro lado, preocupam as sequelas que parte dos infectados já tratados apresentam, como problemas pulmonares, cardíacos e neurológicos.


A vacina é o ponto central que sinalizaria o controle efetivo dessa pandemia, mas ela ainda está no campo das possibilidades. As notícias indicam que os avanços até agora obtidos nas pesquisas estão acelerados e os governos dos países mais ricos já reservam bilhões de dólares para investir na imunização em massa. Entretanto, o descuido pode ser mortal até que essas doses cheguem à população em geral. 


Quem não puder se isolar deve evitar o convívio com seus familiares mais idosos ou com a saúde mais frágil, restrição que é a única arma eficiente que se têm até o momento. Mas não se deve esquecer ainda que alguns jovens por alguma razão são mais suscetíveis ao coronavírus e também podem perder suas vidas.


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
Ver mais deste colunista
Logo A Tribuna
Newsletter