Fraude eleitoral

A presidente do TSE, ministra Rosa Weber, afirmou que a Justiça Eleitoral não compactua com fraudes e mantém “a convicção quanto à absoluta confiabilidade do nosso sistema eletrônico de votação”

Por: Da Redação  -  16/03/20  -  09:39

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rebateu declarações feitas pelo presidente Jair Bolsonaro em relação aos resultados das eleições de 2018. Na sua recente viagem aos Estados Unidos, durante evento em Miami, ele declarou que venceu o pleito no primeiro turno e que teria provas disso, sugerindo ainda que houve fraudes na apuração dos votos na ocasião.


O assunto é antigo. Em muitas oportunidades foram lançadas dúvidas sobre o sistema eletrônico de votação, com várias iniciativas para que o voto impresso fosse obrigatório, como forma de verificação das votações e possibilidade de auditagem. Nenhuma evidência de fraude ou adulteração das urnas e dos programas que processam os resultados foi, porém, apresentada até agora.


A presidente do TSE, ministra Rosa Weber, em rara entrevista concedida a jornalistas, afirmou que a Justiça Eleitoral não compactua com fraudes e mantém “a convicção quanto à absoluta confiabilidade do nosso sistema eletrônico de votação”, decorrente, segundo ela, especialmente da auditabilidade das urnas eletrônicas. Reiterou ainda que, ao longo de mais de 20 anos de utilização do sistema, jamais foi comprovada qualquer fraude.


O ministro Luís Roberto Barroso, que assume a presidência do TSE em maio, foi na mesma linha, dizendo que lida com fatos e o fato consolidado, até agora, é que o sistema é absolutamente confiável. Tanto Rosa Weber quanto o ministro Barroso declararam-se, porém, abertos para apurar qualquer elemento de prova que surgir e possa indicar algo irregular.


A votação eletrônica representou notável avanço na democracia brasileira. Além de facilitar o ato de votar, fazendo com que o número de votos anulados por erros no preenchimento tenha diminuído sensivelmente, a apuração manual, como era feita no passado no Brasil, era precária e sujeita a falhas humanas e muito mais a fraudes. Há inúmeras denúncias de mesários encarregados do trabalho de contagem de votos que preenchiam as cédulas em branco com nomes (ou mais facilmente, com números) de determinados candidatos, distorcendo os resultados.


Os processos eram longos, cansativos e a fiscalização insuficiente. Os juízes eleitorais, de modo sistemático, indeferiam, no ato, qualquer requerimento de fiscais que denunciavam irregularidades. A totalização das urnas, feitas também de forma manual, em mapas por zona eleitoral, era precária e sujeita a muitos erros.


A urna eletrônica resolveu esses problemas. Simplificou e facilitou a votação, e permite que os resultados sejam anunciados rapidamente, beneficiando a todos. Não se justificam, portanto, as críticas que provêm de preconceitos e análises precipitadas baseadas em teorias conspiratórias, ou, pior, em tentativas de desclassificar e desqualificar o processo democrático das eleições no Brasil. 


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