Evolução modesta

Embora a competitividade nacional não tenha piorado ou retrocedido, ela está ainda muito distante de patamares satisfatórios

Por: Da Redação  -  11/10/19  -  12:18

O Fórum Econômico Mundial divulgou o ranking mundial de competitividade de 2019, analisando a situação de 141 países. O estudo é feito com base em 103 indicadores, divididos em 12 eixos, com dados de recentes estatísticas de organizações internacionais, além de pesquisa junto a grandes executivos. O Brasil subiu uma colocação, passando da 72ª. para 71ª. posição no ranking. Tal desempenho confirma o que já havia sido indicado por outro indicador, produzido pelo International Institute for Management Development (IMD), da Suíça. Nele, o Brasil também avançou um posto na classificação geral, ficando em 60º lugar, à frente apenas de Croácia, Argentina, Mongólia e Venezuela.


Embora a competitividade nacional não tenha piorado ou retrocedido, ela está ainda muito distante de patamares satisfatórios. Basta que sejam observados alguns dados: o Brasil é considerado apenas a 8ª. economia mais competitiva da América Latina e Caribe, e tem a menor competitividade entre os Brics: a China está na 28ª posição no ranking geral, a Rússia na 43ª., a África do Sul na 60ª. e a Índia na 68ª.


Alguns pontos melhoraram nesta última avaliação: a simplificação de regulações para começar e fechar negócios; a baixa inflação; e ligeira melhora na eficiência no mercado de trabalho, além de boa capacidade de inovação (neste quesito, o País ficou na 40ª classificação mundial).


Mas persistem graves problemas em outras áreas importantes, como a estabilidade macroeconômica (item no qual o Brasil ficou no distante 115º lugar), abertura comercial (com resultado ainda pior, deixando o País na 125ª. posição), especialmente na redução de tarifas de importação aplicadas (128ª) e de barreiras não tarifárias (135ª).


A estabilidade governamental é percebida como fraca (130ª posição entre 141 países). Enquanto isso, os líderes empresariais brasileiros consultados classificaram excesso de burocracia (o último lugar no ranking internacional) e a falta de visão de longo prazo do governo (129ª) entre as prioridades mais urgentes do País, acompanhadas de pelo combate às distorções tributárias (136ª posição).


Avançar na competitividade é decisivo no cenário internacional. A fragilidade nessa área torna um país mais vulnerável a choques, e diminui a possibilidade de inserção no mercado mundial. Falta no Brasil visão de longo prazo, avanços tecnológicos e maior dinamismo em sua economia, ameaçando seu futuro, especialmente no difícil contexto global, marcado por mudanças geopolíticas e tensões comerciais. 


Há dois grupos no ranking da competitividade - um formado por nações desenvolvidas, que têm economias avançadas e melhores condições de vida e proteção social de suas populações, e outro por nações de menor desenvolvimento, frágeis e estagnadas. O Brasil, até aqui, tem feito pouco para sair dessa situação.


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