Estilo de vida e problema de saúde

Estudo da Universidade de São Paulo mostra que, na cidade de São Paulo, apenas 7% da população adulta tem saúde cardiovascular ideal

Por: Da Redação  -  03/01/20  -  19:15

Não se pode alegar desconhecimento ou falta de informações. A ciência e os meios de comunicação alertam, há tempos, sobre problemas causados à saúde pela má alimentação, vida sedentária e hábitos nocivos, como fumar e beber em excesso.


Constitui autêntico paradoxo que, em tempos tão avançados nas pesquisas e tratamentos, que permitem maior longevidade, muitos não cuidem do próprio corpo e sejam vítimas de doenças totalmente evitáveis.


Estudo da Universidade de São Paulo monitora, desde 2008, 15 mil adultos de 35 a 74 anos em todo o Brasil. A conclusão dos pesquisadores é que, na cidade de São Paulo, apenas 7% da população adulta tem saúde cardiovascular ideal, condição que diminui o risco de enfarte ou acidente vascular cerebral (AVC).


O responsável por esse número assustador é, segundo os pesquisadores, o estilo de vida, principalmente nas grandes cidades. O estresse, associado à alimentação inadequada e falta de exercícios físicos regulares, afeta a saúde das pessoas, e aumenta, de modo preocupante, a incidência de problemas cardiovasculares.


O hábito de ingerir muito sal, açúcar e gorduras, ligado ao consumo de comidas ultraprocessadas, causa obesidade, hipertensão, diabetes. Isso não é novidade, mas ainda assim a maioria resiste a mudar, mantendo-se indiferentes aos alertas, que recomendam alimentação saudável, composta por frutas, legumes e verduras.


As doenças cardiovasculares são a principal causa das mortes no mundo. Dados da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que, em 2015, 17,7 milhões de pessoas morreram por esse tipo de doença, representando 31% de todas as mortes em nível global. Desses óbitos, 7,4 milhões ocorreram devido às doenças cardiovasculares e 6,7 milhões por acidentes vasculares cerebrais (AVC).


Não se trata de problema apenas de países ricos, nos quais a população consome alimentos em excesso: mais de três quartos das mortes por doenças cardiovasculares ocorrem em nações de baixa e média renda. E especialistas reiteram: esses números poderiam ser reduzidos, e as doenças prevenidas, pela abordagem de fatores comportamentais de risco, como o uso de tabaco, dietas não saudáveis e obesidade, falta de atividade física e uso nocivo do álcool, utilizando estratégias para a população em geral.


As desculpas tradicionais - correria no dia a dia, falta de tempo para praticar esportes regularmente, impossibilidade de alimentação correta por razões de trabalho - são insuficientes. Na realidade, falta a disposição e a consciência para mudar estilos de vida, que contribuem para o agravamento das condições de saúde. Não basta desenvolver remédios ou tratamentos de ponta se cada um não cuidar de seu organismo, expondo-se, desnecessariamente, a riscos injustificados.


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