O secretário de Cultura de Santos, Rafael Leal, anunciou que as obras no espaço destinado a receber a Escola Pública de Cinema devem começar no próximo mês. Ela será instalada em um galpão anexo ao Mercado Municipal, e, quando concretizada, representará importante polo de formação profissional e gerador de cultura na cidade.
A iniciativa merece reconhecimento e deve receber amplo apoio. Trata-se de importante ação no campo da economia criativa, que assume papel cada vez mais significativo na criação de empregos e renda. Destaque-se que Santos irá sediar, em julho, a 14ª. Conferência Anual da Rede de Cidades Criativas da Unesco, evento que reunirá mais de 200 municípios de todo o mundo, sendo a primeira vez que acontece na América Latina.
O projeto é ambicioso e ousado. Trata-se de implantar a escola e ao mesmo tempo criar uma base para produção de filmes, em conjunto com a Santos Film Comission. Há vários fatores que justificam e incentivam a ideia: há, na cidade, conjunto de edifícios históricos que, aliados à paisagem urbana, conservam as características de períodos antigos, atraindo, há muito tempo, o interesse de produtores de filmes e programas de televisão que gravam cenas em Santos. Ou seja, há praticamente uma cidade cenográfica disponível para as produções.
Além disso, há a tradição cultural, uma vez que Santos ocupa, desde o final do século 19, papel relevante no País, não só na área do cinema, mas também no teatro e na música. Mais recentemente, tem sediado o Festival de Curtas Metragens, realizado anualmente, atraindo realizadores de todo o País.
É preciso, portanto, colocar a Escola em funcionamento o mais rapidamente possível. As obras civis no espaço destinado - que contribuirá também para revitalizar área degradada da cidade - são pequenas, com pequenas adaptações para que ali se possa atender à formação de futuros profissionais do audiovisual. Mas o projeto para funcionar de fato exigirá recursos permanentes.
Nesse sentido, é fundamental a participação da iniciativa privada por meio de parcerias com os setores envolvidos com a produção audiovisual no País, principalmente quanto a assegurar profissionais responsáveis pelos cursos que serão oferecidos. A Escola, para cumprir seus objetivos, deve ainda estar em sintonia com os movimentos culturais da área, tanto da cidade como da região, e atingir o Estado de São Paulo e o Brasil. O formato definitivo da Escola e de todo o projeto cultural associado precisa ter o apoio firme da categoria artística e entusiasmar a sociedade local.
Todos os esforços devem convergir para que o novo equipamento funcione até o final do ano. O prefeito Paulo Alexandre Barbosa já fez esse anúncio, mas há enorme desafio à vista, e todos os esforços devem ser feitos para que isso seja cumprido.
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