Eleições nos EUA

Entre os democratas, é cedo ainda para prever quem será o indicado

Por: Da Redação  -  04/02/20  -  18:02

Começou em Iowa a disputa para a indicação do candidato do Partido Democrata às eleições presidenciais de 2020 nos Estados Unidos. Ele se desenvolverá nas próximas semanas em todos os estados americanos, por meio de caucus - assembleias de eleitores - e primárias, que são eleições com cédulas em urnas, que podem ser abertas (os eleitores, independente de sua filiação partidária, podem votar em qualquer candidato) e fechadas (na quais só votam eleitores vinculados a um partido).


O sistema eleitoral dos EUA é complicado, seja para definir os candidatos de cada uma das duas principais siglas (Democratas e Republicanos) e para o processo de escolha nacional, no qual não prevalece o voto direto. É eleito o candidato com maior número de delegados, que representam os estados americanos. Dessa forma, foram eleitos George W. Bush, em 2000, e Donald Trump, em 2016, mesmo tendo tido menos votos, na contagem total, do que seus oponentes, Al Gore e Hillary Clinton, respectivamente.


Embora complexo, o mecanismo é democrático. A escolha de um candidato é feita pelo conjunto da população (ou dos filiados do partido) em processo aberto e transparente. Sabe-se, por exemplo, que Donald Trump não era o preferido dos líderes do Partido Republicano em 2016, e não teria sido indicado por eles para concorrer, que só ocorreu por ter ele conseguido empolgar os filiados em todo o país.


O Colégio Eleitoral de delegados que, no final das contas, define quem será o presidente, é consequência do federalismo americano, no qual os Estados são fortalecidos e têm grande autonomia desde a Constituição de 1787. Pode-se discutir o mecanismo - o postulante democrata Pete Buttigieg defende sua extinção - mas não se pode acusá-lo de não ser democrático.


Entre os democratas, é cedo ainda para prever quem será o indicado. Despontam o moderado Joe Biden, que foi vice-presidente de Barack Obama (2009-2017), e os progressistas Elizabeth Warren, senadora por Massachussets e Bernie Sanders, senador por Vermont, que já disputou contra Hillary Clinton em 2016. Bem atrás estão Buttigieg, ex-prefeito de uma pequena cidade de Indiana e o bilionário Michael Bloomberg, ex-prefeito de Nova York.


Primárias permitem, porém, evoluções surpreendentes. Analistas apontam que o momento decisivo é a Super Terça, que acontecerá no dia 3 de março, quando serão escolhidos cerca de 40% dos delegados que representarão os estados na convenção democrata de julho. Do lado republicano, entretanto, não há dúvidas: Trump será candidato à reeleição e confirmado em agosto.


Esta eleição é muito importante: pode significar a continuidade da política atual, marcada pelo nacionalismo, ou indicar inflexão dos rumos. Isso, é evidente, dado o poder politico, militar e econômico dos EUA, interessa a todo o mundo. 


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