Desafios na saúde e na economia

A continuidade da disseminação do novo coronavírus por tempo além do imaginado tem impacto nefasto nas contas públicas

Por: Da Redação  -  11/07/20  -  19:11

A evolução da Baixada Santista para a etapa amarela, conforme o plano do Governo do Estado, apesar de abrandar as restrições às atividades econômicas, não pode ser vista como motivo para baixar a guarda frente aos riscos da pandemia. Dessa forma, bares, restaurantes, salões de beleza e academias podem reabrir sob capacidade e horário de expediente limitados. Por isso, espera-se que seus proprietários sigam à risca as determinações e que as autoridades fiscalizem. No final das contas, o cumprimento dessa fase, que vai até o dia 30 para reavaliação, atingirá o desejado se todos colaborarem. 


Felizmente há a desaceleração da transmissão e registro de mortes pelo novo coronavírus na Capital e na Baixada Santista. Porém, a pandemia está em franco desenvolvimento em Campinas e Ribeirão Preto e apenas iniciando em dezenas de cidades de menor porte em Minas Gerais e no Centro-Oeste. Mediante essa disseminação heterogênea da covid-19 pelo País, as autoridades, empresas e a população enfrentam um imenso desafio, que é o da doença permanecer em níveis preocupantes, ainda que não necessariamente epidêmicos, por um período bem mais demorado.


Dessa forma, adia-se o pós-pandemia e fica-se obrigado a conviver com medidas de proteção à saúde. Entretanto, os impactos, sob essa circunstância, tornam-se mais profundos. Há risco da necessidade de manutenção de uma estrutura hospitalar de alto custo para socorrer eventuais infectados graves, uma vez que repiques de infecção poderão voltar não necessariamente contaminando toda uma região, mas uma escola, uma igreja, um campo de obra ou uma linha de produção industrial ou de cortes de um frigorífico. Obviamente que essa possibilidade vai gerar grande impacto econômico. Por exemplo, chineses e europeus vêm suspendendo compras de carnes de fornecedores com funcionários doentes. 


O então ministro da Saúde, Luiz Mandetta, no início da epidemia, em março, afirmava que o pico da covid-19 se daria, em uma perspectiva positiva, em junho. Entretanto, ainda não há esse ponto máximo, mas um platô, no qual há uma certa estabilidade por um período ainda não vislumbrado de casos e mortes em um mesmo nível elevado. Por isso, diz-se que governadores e prefeitos terão que se utilizar da maestria para conciliar ações de combate epidêmico e de reabertura da economia e talvez das escolas e outros convívios de aglomeração.


A continuidade da disseminação do novo coronavírus por período acima do imaginado também tem impacto nefasto nas contas públicas, já comprometidas com os socorros para trabalhadores e empresas impedidos de operar na fase mais aguda da covid-19. Porém, é fundamental que os registros caiam rapidamente para que os governos possam adotar medidas de estímulos com todas as atividades em execução, combatendo com mais eficiência a recessão. Se o cumprimento da fase amarela for eficiente, as perdas econômicas serão reduzidas.


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