Os dados da Secretaria da Segurança Pública do Estado referentes à criminalidade na Baixada Santista no primeiro trimestre do ano revelaram queda expressiva nos homicídios, acompanhando tendência que vem se verificando nos últimos meses, mas com duas novidades positivas: a redução do número de estupros e de roubos e furtos.
Ao longo dos últimos tempos notava-se a diminuição dos crimes violentos, mas com a manutenção dos crimes de menor gravidade. No último trimestre, porém, os crimes contra o patrimônio recuaram (exceto o furto de veículos, que cresceu3,3%quando comparado com igual período de 2019).No caso dos furtos, foi registrada segunda menor quantidade absoluta desde o início da série histórica, iniciadaem2012.
Entre janeiro e março de 2019, houve o registro, nas delegacias, de 6.875 furtos; agora foram 6.069. Da mesma forma, o número de estupros caiu de 148 para 125, evidenciando a mudança, fruto das denúncias e campanhas sobre a violência contra a mulher, e da ação das Delegacias de Defesa da Mulher, que, segundo o diretor do Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior (Deinter-6), delegado Manoel Gatto Neto, estão mais preparadas a prestar auxílio às vítimas.
É importante destacar ainda aqueda dos homicídios dolosos na região, de 33 para 22, quando se comparam os trimestres janeiro-março de 2019 e2020.O período corresponde à temporada de verão, quando a população cresce de maneira significativa em vários municípios, e isso não representou o aumento da violência, nem a maior incidência de crimes contra o patrimônio, evidenciando que a Operação Verão, com maior efetivo policial nas ruas, surtiu efeito.
O único destaque negativo foi o maior número de latrocínios (foram cinco, contra apenas um em 2019), mas o balanço geral pode ser considerado muito positivo. Quando se analisa a situação em cada município, verifica-se uma situação bem melhor no Litoral Sul, que apresentava problemas (os homicídios caíram de 10 no primeiro trimestre de 2019 para 3 no mesmoperíodode2020).Em Bertioga todos os indicadores recuaram (homicídios, latrocínios, estupros, roubos e furtos), e em Praia Grande apenas os furtos e furtos de veículos tiveram alta (de 1.271 para 1.388, e de 119 para125, respectivamente).
Essas estatísticas não foram influenciadas pela pandemia do novo coronavírus. A expectativa é que, no segundo trimestre, com a menor circulação de pessoas e fechamento do comércio, consequência do isolamento social, a criminalidade seja menor. Mas o desafio à Polícia continua, no sentido de reduzir ainda mais a violência urbana na Baixada Santista, com ações efetivas e consequentes de patrulhamento das ruas e investigação dos crimes, que precisam prosseguir com eficiência e determinação nos próximos meses.