Cresce a expectativa de vida

A expectativa de vida ao nascer dos brasileiros aumenta continuamente e nos últimos dez anos cresceu 3,1 anos, atingindo 76,3 anos

Por: Da Redação  -  01/12/19  -  19:07

Dados de 2018 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a expectativa de vida ao nascer dos brasileiros aumenta continuamente e nos últimos dez anos cresceu 3,1 anos, atingindo 76,3 anos. Há diferenças entre os sexos: os homens têm expectativa de vida ao nascer de 72,8 anos, enquanto, entre as mulheres, é de 79,9 anos.


Existem também diferenças regionais, relacionados com o desenvolvimento. Enquanto a esperança de vida na região Sul é a mais alta do País, com 78,4 anos, seguida de perto pelo Sudeste, com 78 anos, nas regiões Norte e Nordeste, ela é inferior: 72,7 anos e 73,6 anos, respectivamente. Santa Catarina tem o melhor resultado (79,7 anos), enquanto o Maranhão registra o pior (71,1 anos).


O trabalho do IBGE mostra também as estimativas para cada faixa etária da população. Um homem de 50 anos tinha, em 2018, esperança de sobrevida de 36,8 anos, sendo que, dez anos antes, essa expectativa era de 34 anos. Uma mulher de 80 anos tinha, em 2018, expectativa de sobrevida de 10,4 anos. Os números permitem uma conclusão: os brasileiros vivem cada vez mais, e isso se deve aos avanços da medicina e do saneamento básico. O índice de mortalidade infantil caiu de forma significativa - a probabilidade de morte antes de completar um ano passou de 69,1 para cada mil nascidos vivos em 1980 para 12,4 por mil em 2018.


O envelhecimento é um fato no País. Especialistas apontam que o Brasil será um país idoso em 2029: em apenas dez anos, a proporção de pessoas com 60 ou mais anos irá superar o número daqueles menores de 15 anos. Trata-se de profunda transformação demográfica, e o século 21 será o primeiro da história brasileira com população envelhecida.


Não há dúvida que viver mais, e com qualidade, é avanço notável. Em 1940, a esperança de vida ao nascer no Brasil era de apenas 45,5 anos, e o índice de mortalidade infantil (probabilidade de óbito até um ano de vida) era de 146,6 para cada mil nascidos vivos, doze vezes mais do que a taxa registrada em 2018. Isso cria, entretanto, problemas e desafios que precisam ser enfrentados e resolvidos.


O primeiro deles diz respeito à aposentadoria. O modelo de repartição - os ativos trabalhando e contribuindo financiam o pagamento de aposentadorias e pensões dos inativos - sofre com a nova realidade, e a fixação de idade mínima, que precisa ser continuamente revista, é condição indispensável para o equilíbrio do sistema.


O envelhecimento coloca em realce a questão da saúde e dos cuidados necessários, bem como políticas e programas de inserção social dos idosos, que precisam contemplar aspectos como oportunidades de trabalho, lazer, entretenimento e cultura. É preciso redirecionar recursos e ações para essa nova realidade, que já existe no Brasil.


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