Crédito para a pequena empresa

Os estados e municípios estão no vermelho e o próprio Tesouro fez intensa movimentação nas últimas semanas

Por: Da Redação  -  07/09/20  -  09:27

Em meio às dúvidas sobre a intensidade da crise econômica decorrente da pandemia, no caso das pequenas empresas, é questão de sobrevivência garantir o caixa. Com ele, o empresário pode manter salários e contas em dia e continuar com as portas abertas, para suportar o período até a economia retomar um ritmo mais vibrante. Há dois pontos essenciais a ponderar.


O primeiro é o prazo em que a recessão vai se manifestar, se por poucos meses até a reabertura se consolidar ou num prazo mais demorado, além de meados do próximo ano, devido à falta de confiança para consumir ou investir.


Reportagem publicada ontem em A Tribuna indica que 81% dos pequenos empresários estão com faturamento menor neste ano em relação ao de 2019, segundo pesquisa feita pelo Sebrae na região. O percentual preocupa, mas sinaliza um início de recuperação, pois em abril, no auge da pandemia, o índice era de 89%. Esse levantamento indica o segundo ponto a considerar: a disponibilidade de crédito para pequena empresa.


Esse recurso é fundamental para os empresários manterem as portas abertas, enquanto as vendas continuarem em níveis letárgicos. Sem esse alívio, não haverá como sustentar empresas que hoje estão com suas operações sem conseguir cobrir os custos diários, como salários, impostos, aluguel e compra de insumos.


A fórmula para fornecer esse crédito, o governo já descobriu e testou: é o fundo garantidor abastecido com títulos públicos. Se houver inadimplência, o banco que aderiu ao programa de crédito, no caso o Pronampe, pode sacar esses recursos.


Com essa retaguarda, o sistema bancário aceita fazer negócio com uma clientela de alto risco, que é o pequeno empreendedor. Porém, essa linha já se mostrou insuficiente. Sua verba foi toda consumida e uma segunda etapa, com R$ 12 bilhões, já começou e provavelmente seguirá pelo mesmo caminho. É importante que o governo trabalhe por ela agora, enquanto o estado de calamidade da pandemia está em vigor - essa condição termina em dezembro. Depois disso, o setor público voltará a ter restrições para gastar.


Além desse programa de crédito, é preciso que o governo continue cuidando do dia a dia, essencial para gerar tranquilidade e garantir uma retomada gradual. Para isso, o presidente Jair Bolsonaro não pode cair em tentações populistas. As reformulações do Bolsa Família e do Minha Casa, Minha Vida são essenciais, mas é fundamental que tenham sustentação financeira para não gerarem maior rombo. Os estados e municípios estão no vermelho e o próprio Tesouro fez intensa movimentação nas últimas semanas para a dívida pública se deteriorar.


Em meio às intrigas palacianas, o governo segue no caminho do bom senso e se espera que permaneça assim. No final do Governo Lula, a popularidade obtida com a injeção de dinheiro público na economia, sem limites, seduziu o PT e os resultados foram catastróficos.


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