Consumo cai na Baixada Santista

Crise econômica recente teve papel importante no recuo das atividades e na redução do consumo das famílias

Por: Da Redação  -  25/06/19  -  19:01

Mais um dado confirma as dificuldades econômicas por que passa a Baixada Santista. A pesquisa IPC Maps 2019 sobre índices de potencial de consumo, realizada pela empresa IPC Marketing e baseada em números oficiais, mostra queda nos gastos das famílias da região em 2019, quando comparados como ano anterior. A redução é de R$ 2,139 bilhões, cifra expressiva, consequência da baixa atividade e ainda elevado desemprego regional.


A projeção é que o consumo na Baixada Santista atinja R$ 50,007 bilhões neste ano. Santos, que concentra a maior quantidade de empregos, comércio e serviços da região, deve ter diminuição de R$ 1,725 bilhão em relação a 2018, representando mais de 10% dos gastos deste ano. Situação semelhante é verificada em São Vicente, Guarujá e Cubatão. O destaque positivo fica no Litoral Sul, onde os municípios - Itanhaém, Mongaguá e Peruíbe - têm perspectivas positivas para 2019, com quase 14% de crescimento no consumo.


Está em curso processo de empobrecimento da população. Em Santos, a quantidade de pessoas enquadradas na classe B (dividida em duas categorias, B1 e B2, com renda domiciliar média de R$ 10.386,52 e R$ 5.363,19, respectivamente) encolheu de 56.387 para 50.749 entre 2018 e 2019. O resultado é que a cidade, que detinha o 38º potencial de consumo no país em 2018, recuou para a 43ª classificação. No ranking estadual, Santos era a décima no ano passado; agora está em 12º lugar.


Os números da pesquisa mostram a região na contramão do país, uma vez que o consumo nacional deve aumentar 2,7% neste ano, já descontada a inflação. Várias cidades do interior brasileiro, como Campinas (SP), Uberlândia (MG) e Joinville (SC), apresentaram avanços nos gastos médios de suas populações, tirando inclusive espaço das capitais.


A crise econômica recente teve papel importante no recuo das atividades e na redução do consumo das famílias. Todo o país foi atingido com a recessão de 2014-2016, mas a Baixada Santista não tem sido capaz de reverter o quadro, com iniciativas eficazes para promover seu desenvolvimento. Os números do desemprego, sempre maiores do que as médias estadual e nacional, evidenciam essa dificuldade, apontando a importância de ações e estratégias que possam reverter a atual situação.


Apesar do maior porto da América do Sul estar localizado em Santos, da existência de importante parque industrial em Cubatão, dos polos avançados de serviços e comércio na região e da potencialidade do turismo, nota-se que projetos e políticas de crescimento não têm sido promovidos, a exigir rápidas e eficientes medidas capazes de mudar a atual situação. A estagnação e o retrocesso não podem se tornar crônicos na Baixada Santista, e é preciso reagir - governos municipais, empresas, sociedade – com máxima urgência.


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