Combate ao vandalismo

As quatro cidades mais populosas da região lidam com esse tema. Juntas, elas gastaram cerca de R$ 3,1 milhões em 2018 para reparar ou repor bens públicos

Por: Da Redação  -  09/10/19  -  12:40

É lamentável que atos de vandalismo contra o patrimônio público continuem sendo praticados, trazendo grandes prejuízos à própria população. Dados recentes mostram que as quatro cidades mais populosas da Baixada Santista - Santos, São Vicente, Guarujá e Praia Grande - gastaram cerca de R$ 3,1 milhões em 2018 para reparar bens públicos depredados e repor equipamentos furtados.  


O rol é extenso. São pichações em monumentos e edifícios públicos; furto de fios e cabos elétricos; destruição de bancos de praças, lixeiras, postes e placas de sinalização; furtos de tampas de bueiros, bocas de lobo e caixas de passagem em ruas e calçadas; além do lançamento e depósito de lixo em ruas e avenidas que compromete o escoamento de águas pluviais. 


Podem ser feitos cálculos sobre a utilidade desse dinheiro, gasto para reposições e consertos, trazendo benefícios à população. O mais frustrante é a dificuldade para se enfrentar efetivamente o problema: embora existam leis que punem o vandalismo contra bens públicos, estabelecendo multas e até detenção, de um a três anos, é muito problemática a ação fiscalizatória e a identificação dos responsáveis pelos atos.  


Há ações importantes, como o cerco a depósitos que comercializam ferros-velhos, além de rondas da Polícia Militar e a vigilância feita por câmeras em alguns locais, que permitem visualizar os infratores, mas persistindo a dificuldade em identificá-los. No caso de fios e equipamentos elétricos, cuja pena por furto é qualificada, podendo levar à reclusão de dois a oito anos, a CPFL Piratininga, concessionária que atua em várias cidades da região, informou que houve 474 casos de furto neste ano, até agosto. Embora menor do que o registrado em 2018 (518 casos), o número ainda é muito alto. 


Respeitar o patrimônio público é, acima de tudo, um ato de cidadania responsável. O vandalismo está ligado à rebeldia e ao ódio dirigido contra o poder público, mas ele se acentua em locais já degradados. Quanto mais conservado é um espaço ou área, menor a probabilidade que alguém se atreva a pichá-lo ou depredá-lo, e até mesmo depositar lixo, o que exige das autoridades cuidado permanente. 


Merece ainda importância a educação permanente nas escolas, por um lado, chamando a atenção das crianças e jovens sobre a importância de cuidar e manter o que é de todos, mas também deve ser ressaltado o papel de campanhas educativas sistemáticas e contínuas junto à população, no sentido de evitar a destruição sistemática de equipamentos e mobiliário urbano.  


Cidades limpas, bem cuidadas e conservadas elevam a autoestima de sua população e melhoram a qualidade de vida de todos. Justifica-se, portanto, essa preocupação: ela não é apenas estética, e diz respeito à economia pública e o bem-estar da população.  


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
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