Cenário da eleição municipal

Um ponto parece certo: haverá muitos candidatos a prefeito, e a maioria dos partidos apresentará chapas completas de postulantes à Câmara Municipal

Por: Da Redação  -  27/04/20  -  20:25

Embora existam dúvidas sobre a data das próximas eleições para prefeito e vereador, sujeita a algum adiamento em função da pandemia de Covid-19, candidatos e partidos estão se movimentando para a disputa. Houve mudanças de siglas por parte de vários vereadores, na busca de melhores chances para reeleição, mas que também envolveram articulações com prefeitos (ou candidatos ao cargo). 


Terminado o prazo das filiações, o quadro está definido. Um ponto parece certo: haverá muitos candidatos a prefeito, e a maioria dos partidos apresentará chapas completas de postulantes à Câmara Municipal, uma vez que estão proibidas, a partir deste ano, as coligações nas eleições proporcionais.


As convenções das legendas, que definem oficialmente as candidaturas, só acontecerão entre 20 de julho e 5 de agosto, se não houver nenhum adiamento, e as campanhas começam apenas em 18 de agosto.


Até lá, portanto, prevalecerão as articulações nos bastidores, a busca por apoios, o contato pessoal com eleitores, principalmente dos novos candidatos a vereador. E existe uma questão fundamental: a excepcionalidade do atual momento, que tende a se prolongar por várias semanas, com as medidas de isolamento social, com todas as atenções voltadas ao combate da Covid-19, não dá espaço para grandes discussões políticas ou apresentação de propostas e planos de governo por parte dos postulantes aos cargos executivos.


Essa eleição ocorrerá em ambiente distinto, com características não usuais. Mesmo com eventual adiamento do pleito (fala-se em realizar o 1º turno em 15 de novembro), as campanhas serão curtas e exigirão novas abordagens dos candidatos. As redes sociais terão papel importante, e provavelmente o clima de preocupação e medo em relação ao futuro implicará nas escolhas dos eleitores.


No fim do ano, o país deverá estar retomando a vida normal, mas com grandes problemas: maior desemprego, empresas em dificuldades financeiras, incerteza em relação ao futuro. Prefeitos e vereadores têm capacidade de resposta muito limitada a esse conjunto de questões econômicas, mas os postulantes aos cargos serão cobrados a respeito do assunto. E um desafio se coloca aos novos administradores, que diz respeito à situação financeira dos municípios, que estará pior em 2021.


É provável que os temas sociais, e especialmente a saúde, ganhem maior relevo no debate eleitoral. Nas médias e grandes cidades, haverá efeitos das disputas políticas nacionais, envolvendo o Governo Federal e a oposição a ele, com o pano de fundo das ações de combate ao novo coronavírus. Embora, de modo geral, nas eleições municipais prevaleçam o interesse e as temáticas locais, nesse ano o cenário será atípico, e a grande polarização que divide hoje o País terá efeitos e consequências nas decisões dos eleitores.


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