Balanço sobre a ponte de SV

Liberados os recursos, o prefeito Pedro Gouvêa (MDB) anunciou que a obra emergencial será contratada em no máximo 15 dias

Por: Da Redação  -  04/01/20  -  10:28
Atualizado em 04/01/20 - 10:59

Foi concretizada solução financeira para a recuperação da Ponte dos Barreiros, em São Vicente, com a assinatura de contrato, entre a Prefeitura Municipal e a Caixa Econômica Federal, no valor de R$ 58 milhões, dos quais R$ 48 milhões foram empenhados no Orçamento da União e serão pagos em cinco parcelas. Liberados os recursos, o prefeito Pedro Gouvêa (MDB) anunciou que a obra emergencial será contratada em no máximo 15 dias, e os serviços correspondentes concluídos em prazo de até 120 dias, quando então a ponte poderá ser liberada, ainda que parcialmente, ao tráfego de veículos.


Espera-se que esses prazos sejam cumpridos, e que a obra total seja realizada na sequência. O drama da população que vive na Área Continental de São Vicente (cerca de 150 mil pessoas) continuará por todo o verão, mas é muito positivo que as autoridades tenham conseguido viabilizar solução definitiva, necessária e urgente.


Pode-se, a esta altura, realizar balanço dos fatos que levaram à interdição da Ponte dos Barreiros. Em primeiro lugar, é preciso salientar que os problemas estruturais não surgiram da noite para o dia: o processo de corrosão das armaduras dos pilares acontece há muito tempo, e a manutenção não foi feita, forçando a intervenção do Ministério Público e da Justiça para impedir que o tráfego prosseguisse no local, não restando alternativa senão determinar a interdição. O princípio da precaução impunha-se: embora houvesse laudos técnicos divergentes a respeito do colapso imediato, a segurança dos usuários prevaleceu.


Houve questionamento sobre a responsabilidade da obra, se caberia ao governo estadual ou municipal. O governador João Doria (PSDB) chegou a anunciar que assumiria metade dos custos, mas os entendimentos não prosperaram. O secretário de Transportes, João Octaviano Machado Neto, alegou que o governo disponibilizou R$ 4 milhões, e não houve resposta da Prefeitura. Alegou ainda que houve “perda de tempo precioso”, “aumentando o sofrimento da população”, mas reconhece que a disponibilização foi feita somente há “mais de dez dias”. Os argumentos não convencem, principalmente diante da liberação imediata dos recursos federais para toda a obra.


Não se pode afirmar que a falta de empenho do governador João Doria decorreu de questões políticas envolvendo sua relação com o ex-governador Marcio França (PSB), mas é inegável que ela terá consequências em sua imagem em São Vicente e na Baixada Santista.


O presidente Jair Bolsonaro, acionado pela deputada Rosana Valle (PSDB), entretanto, demonstrou empenho e agiu independentemente de questões políticas. A presença de seu irmão, Renato, na assinatura do contrato de financiamento foi simbólica e confirmou o interesse demonstrado, e as consequências políticas serão óbvias no futuro.


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
Ver mais deste colunista
Logo A Tribuna
Newsletter