Os dados mensais sobre criminalidade que são divulgados pela Secretaria da Segurança Pública do Estado permitem o acompanhamento da violência nos municípios da Baixada Santista. Deve ser destacado que os números são baseados em registros de ocorrências realizados pelas vítimas, e a subnotificação em alguns deles, como furtos, pode distorcer os resultados. Ainda assim, a série histórica permite comparação ao longo do tempo e constitui importante instrumento de avaliação das políticas e ações de segurança pública.
Os resultados de outubro deste ano confirmaram a tendência de redução dos crimes violentos na região. Considerando os dez meses de 2019 (de janeiro a outubro), e comparando com igual período do ano passado, constata-se que o número de homicídios dolosos (em que há a intenção de matar) caiu expressivos 21,4%, passando de 112 para 88 casos. Em três cidades – Praia Grande, Santos e Peruíbe – houve crescimento (de 18 para 21, de 13 para 15, e de 4 para 9 ocorrências, respectivamente) mas, nos outros municípios, houve o mesmo resultado (Bertioga, com 6 homicídios) e queda nos demais.
Destaque-se o Litoral Sul (Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe), que apresentava índices de violência mais altos em períodos anteriores. Na comparação 2018-2019, considerando os dez primeiros meses dos dois anos, houve redução de 24,1% no número de assassinatos, que passaram de 29 para 22. São Vicente também registrou diminuição expressiva, com a queda de 47,8%, passando de 23 para 12 homicídios.
As notas negativas foram os estupros, que cresceram 6,4% (de 407 para 433), evidenciando a necessidade de mais ações no sentido de proteção das mulheres, notadamente no ambiente familiar, e dos furtos, que continuam subindo: passaram, no período janeiro a outubro, de 19.093 em 2018 para 21.254 em 2019.
É fato positivo a redução de outros tipos de crime, como roubos (-8,2%), roubos de veículos (-25,2%) e furto de veículos (-14,8%). Mas preocupa ainda que os pequenos delitos, que são os furtos simples (quando o ladrão age sem estabelecer contato com a vítima e sem violência), continuem avançando. São 70 casos diários, considerando os registros do período janeiro-outubro de 2019, isso sem levar em conta que muitas situações acabam por não ser reportadas à polícia pelas vítimas.
A Polícia Militar informa que tem agido para baixar esse número, e espera resultados nos próximos meses, graças a ações com as prefeituras, CPFL, Sabesp e Elektro, além de maior fiscalização em ferros-velhos que recebem materiais furtados.
Mas é importante destacar que o principal indicador de violência, que é a taxa anual de homicídios para cada 100 mil habitantes, está abaixo de 6 na região, bastante inferior ao do País e do Estado, e no patamar de países desenvolvidos.
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