Audiolivros

Formato ganhou relevância nas últimas feiras internacionais de livros, principalmente na de Frankfurt, em 2018 e 2019

Por: Da Redação  -  24/02/20  -  20:57

Tem crescido o mercado de audiolivros no Brasil. Nos anos 1970, eles começaram a ganhar espaço nos Estados Unidos, com a formação de empresas que gravavam e alugavam registros do tipo, e que logo alcançaram as livrarias, que passaram a vender o produto. No Brasil, em seguida, houve tentativas de lançar audiolivros, mas eles não geraram grande interesse.


A situação foi, porém, modificada. O formato ganhou relevância nas últimas feiras internacionais de livros, principalmente na de Frankfurt em 2018 e 2019. Isso chamou a atenção de editoras brasileiras, que passaram a produzir e comercializar os audiolivros no país. O lançamento de títulos no mercado vem crescendo, principalmente com obras de desenvolvimento pessoal, autoconhecimento, negócios, psicologia e não ficção.


Os editores ainda buscam entender as preferências dos potenciais interessados, mas é consenso que o público de audiolivros no Brasil começa a ser formado. Diante das dificuldades enfrentadas pelo setor nos últimos anos, em função da redução da venda de livros e do fechamento de pontos de venda em todo o país, trata-se de alternativa importante para que a população volte a interessar-se pelo produto, em novo formato: as pessoas agora ouvem o texto, aproveitando o tempo em outras atividades, como praticar exercícios, dirigir veículos ou utilizar o transporte coletivo.


Nota-se que, ao lado dos audiolivros, tem aumentado, de maneira significativa, a procura por podcasts, que são arquivos digitais de áudio transmitidos por meio da internet. Várias emissoras de rádio, portais e mesmo TVs, bem como jornais, vêm produzindo os podcasts, cuja audiência é crescente, principalmente com comentários e análises sobre fatos atuais.


Especialistas apontam que a relação entre audiolivros e podcasts é mutuamente benéfica. Relatório recente da Edison Research observou que, junto com os aumentos na audição de podcasts, o consumo de audiolivros também cresceu, indicando tendência à elevação geral do consumo de áudio. 


Há algumas limitações no formato. A leitura garante a atenção plena ao texto, o que não acontece quando ele é ouvido, uma vez que as pessoas dividem o tempo com outras atividades, como andar, correr ou dirigir. Mesmo com essa atenção dividida, muitos destacam que o formato do áudio aumenta a capacidade de memorizar informações.


O mercado está em expansão. Desde 2013, o audiolivro é o formato de livro comercial com maior crescimento percentual nos Estados Unidos, tendo aumentado 37,1% em 2018, adicionando US$ 127,1 milhões em faturamento na receita total das editoras americanas em relação ao ano anterior. Números semelhantes foram registrados no Reino Unido e na Alemanha, indicando que os audiolivros são alternativa efetiva – e consequente – à leitura de livros nos próximos anos.


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
Ver mais deste colunista
Logo A Tribuna
Newsletter