Apoio ao Congresso

Pesquisas têm mostrado que, entre as várias instituições do país, o Congresso Nacional é uma das menos confiáveis para a população

Por: Da Redação  -  20/04/19  -  14:32

Pesquisas têm mostrado que, entre as várias instituições do país, o Congresso Nacional é uma das menos confiáveis para a população. É compreensível que assim aconteça: de um lado, prevalece a imagem dos parlamentares como inoperantes e sem compromisso com reais problemas brasileiros; de outro, estão as frequentes denúncias de corrupção e de busca de vantagens pessoais no exercício da função.


Certamente há exageros e generalização excessiva, uma vez que tanto a Câmara como o Senado possuem membros dignos, responsáveis e atuantes, bem como sua atuação na defesa dos interesses de comunidades pode ser notada. 


Há, na opinião negativa, rejeição à política como atividade para a solução de problemas. Resgatar a imagem do Poder Legislativo é, portanto, tarefa importante e necessária, especialmente em momentos de crise, como a atualmente vivida no país.


Recente levantamento realizado pelo Instituto Datafolha trouxe informações importantes. Embora a confiança no Congresso continue muito baixa (apenas 8% disseram "confiar muito" nele), somente à frente dos partidos políticos (com 5%), houve aumento em sua aprovação depois das últimas eleições, com renovação histórica em sua composição.


Ressalte-se que foi a primeira vez em 20 anos que deputados reeleitos são menos da metade da Câmara, e que 243 deputados eleitos em 2018 (47,4% do total da Casa) nunca haviam ocupado esse cargo. Já no Senado, das 54 cadeiras que estiverem em disputa, 20 foram conquistadas por políticos que nunca haviam ocupado postos no Legislativo e nove ganharam uma eleição pela primeira vez.


A população deu o recado. Rejeitou políticos tradicionais, e apostou na mudança. É natural, portanto, que a confiança seja maior. Note-se a evolução em relação a junho de 2018, quando 67% dos entrevistados não confiavam no Congresso (o número agora foi 41%), enquanto aqueles que confiavam um pouco passaram de 28% para 49%.


Os eleitores são ainda prudentes quanto à avaliação do desempenho do Congresso: só 22% consideram-no bom ou ótimo, mas ressalte-se que, em 2015, eram 11%. A maioria aguarda neste momento e preferiu avaliar a performance como regular (41%), embora haja número expressivo (32%) que considera a atuação como ruim ou péssima.


A pesquisa revelou, ainda, que a aprovação ao Congresso é maior nos segmentos que apoiaram o candidato Jair Bolsonaro: evangélicos pentecostais (31%), moradores da região Sul (27%), partidários do PSL (53%) e entre aqueles que avaliam o presidente como bom ou ótimo (41%).


Os parlamentares estão sob o crivo da população. A maior confiança não é um cheque em branco, porém, e eles estarão sendo acompanhados nos próximos meses: erros e omissões poderão erodir rapidamente as expectativas mais positivas em relação ao Congresso. 


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
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