Alta tecnologia

Indústria mundial vem acelerando seu processo de modernização via tecnologia avançada, e o Brasil não pode ficar atrás nesse movimento

Por: Da Redação  -  02/03/20  -  19:31

Em todo o mundo, a indústria de alta tecnologia desponta como um dos mais promissores segmentos da economia, capaz de propiciar desenvolvimento com ganhos expressivos de eficiência e produtividade. No Brasil, contudo, esse setor vem enfrentando muitas dificuldades.


De acordo com levantamento realizado pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), com base em critérios da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), foram exatamente as indústrias de baixa e média-baixa tecnologia que puxaram o crescimento no final de 2019.


Enquanto, na média, a produção do setor manufatureiro nacional cresceu 0,9% no último trimestre do ano passado em relação ao mesmo período de 2018, a atividade no setor de alta tecnologia, que fabrica itens como equipamentos de informática, eletroeletrônicos e farmacêuticos, recuou 0,4%. Enquanto isso, a produção da indústria de baixa tecnologia, como segmentos de alimentos, bebida e tabaco, produziram 2,9% a mais na comparação entre os dois últimos trimestres de 2018 e 2019.


Considerando todo o ano de 2019, a situação não é muito diferente. Depois de crescer 3,1% em 2017 e 2,9% em 2018, houve acentuado recuo no ano passado, com queda de 3,4%. No setor de média-alta tecnologia, embora tenha ocorrido pequeno crescimento (0,6%) em 2019, houve diminuição expressiva em relação aos dois anos anteriores, quando o avanço foi de 5,9% e 5,4%. Na média, considerando a produção industrial no Brasil nos vários setores, houve praticamente estagnação (crescimento de apenas 0,2%).


Considerando o setor de médio-alto uso de tecnologia, o segmento de veículos, reboques e semirreboques foi um dos que mais sofreu em 2019, tendo registrado crescimento de 2,1% na média anual, contra 12,8% registrado em 2018. Neste caso, pesou a recessão na Argentina, principal comprador de veículos brasileiros, mas houve quedas expressivas em outros setores, como máquinas e equipamentos mecânicos (retração de 1,1%), e fabricação de produtos químicos, excluindo a indústria farmacêutica, que encolheu 2,5% na comparação 2018-2019.


No ramo do alto uso de tecnologia, o destaque negativo foi a produção farmacêutica, que ficou 4,9% menor. Há fatores conjunturais a considerar nesses números, mas não há dúvida que têm faltado políticas adequadas, com investimentos em pesquisa, ciência e tecnologia para desenvolver esse importante setor, que traz inovação em seus processos produtivos, e exatamente por serem mais complexos, têm maior capacidade de influir no crescimento de outros ramos industriais, como o de bens intermediários. 


A indústria mundial vem acelerando seu processo de modernização via tecnologia avançada, e o Brasil não pode ficar atrás nesse movimento, que compromete ainda mais o desenvolvimento nacional. 


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
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