Alta nas multas

CET-Santos divulgou estatísticas sobre multas que foram lavradas neste ano. O 1º lugar no ranking ficou para a direção em velocidade superior à máxima permitida em até 20%

Por: Da Redação  -  31/10/19  -  19:05

A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) de Santos divulgou estatísticas sobre multas que foram lavradas neste ano, e constatou-se que, entre janeiro e setembro de 2019, houve 184.021 autuações, 6,1% a mais do que no mesmo período do ano anterior. O primeiro lugar no ranking de infrações ficou para a direção em velocidade superior à máxima permitida em até 20%, seguido pelo estacionamento em local ou horário proibido e por avançar o sinal vermelho do semáforo. 


O elevado índice de autuações pode sugerir excessos da fiscalização, a "indústria da multa". Análise mais atenta mostra, porém, que 56,6% do total de infrações registradas entre janeiro e setembro desse ano foram aplicadas por radares (104.148 multas). Os agentes da CET-Santos foram responsáveis por 37,2% das autuações, e o número em 2019 diminuiu 13,5% em relação ao mesmo período de 2018: foram 68.537 multas contra 79.243 no ano anterior.


Fica evidente, portanto, que o comportamento dos motoristas ainda está distante do ideal. Não se pode argumentar que os limites de velocidade nos radares existentes sejam muito baixos, e constituam armadilhas para quem trafega nos locais. Ao contrário, são equipamentos localizados em vias de grande movimentação, quase todos estabelecendo 50 km/h como velocidade máxima aceitável. 


O radar com mais infrações, que é o da Avenida Perimetral do Porto, exige que não seja ultrapassado o limite de 40 km/h, mas ele se justifica pelas características da via naquele local, que registrava, antes da instalação do equipamento, vários e frequentes acidentes.


Tem razão a CET-Santos quando afirma que as aplicações de multa por velocidade pelos radares têm ajudado a reduzir o número de mortes no trânsito. Em 2001, quando não existiam radares na cidade, foram 65 mortes para uma frota de 217.193 veículos; em 2018, houve 41 casos fatais para uma frota bem superior, de 309.254 veículos.


Embora tenha caído o número de multas por dirigir veículo manuseando o telefone celular, a incidência dessa infração ainda é alta, e trata-se de atitude extremamente perigosa, como alertam os especialistas, notadamente quando muitos digitam o teclado enquanto dirigem. 


Multas de trânsito são necessárias. Apesar de antipáticas - ninguém gosta de recebê-las - e de valor significativo, além das complicações com o acúmulo de pontos na carteira, que podem levar à suspensão da habilitação, justifica-se plenamente que sejam aplicadas. Pode haver eventuais falhas e erros em algumas autuações, mas isso não deve ser motivo para que o trabalho de fiscalização não seja feito todos os dias, com rigor.


Deve também prosseguir o esforço de conscientização dos motoristas, começando por palestras e campanhas nas escolas, já que multar e punir nunca será suficiente para zerar o número de acidentes. 


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