2020 vai entrar para a história da Baixada Santista como um ano atípico e repleto de acontecimentos inéditos, a marcarem os próximos tempos de forma indelevel e fora de qualquer rotina que se pudesse planejar. Entre outros impactos, a pandemia do novo coronavírus mudou a agenda eleitoral e adiou o pleito inicialmente marcado para outubro. Chegou-se a cogitar a possibilidade de estender o mandato dos atuais prefeitos e vereadores até março ou abril do próximo ano, alternativa logo descartada pelo Tribunal Superior Eleitoral.
Além disso, duas cidades inauguraram a experiência de segundo turno: São Vicente e Praia Grande, cujas eleições terminaram ontem, com a vitória do jovem Kayo Amado (Pode), com 56,3%, e de Raquel Chini (PSDB), que obteve 53,52% dos votos, respectivamente.
O cenário político está traçado para 2021 na Baixada Santista, onde, diferentemente do restante do País, ainda prevalece a presença de prefeitos do PSDB - em cinco dos nove municípios. Entre os eleitos, um dos destaques é de São Vicente, que além de não reeleger o atual prefeito, Pedro Gouveia (MDB), escolheu para o comando pelos próximos quatro anos Kayo Amado, que desponta como uma jovem liderança e se diz disposto a “recuperar a auto estima do povo vicentino”.
Importante destacar, também, o surgimento de outros personagens no cenário político tradicionalmente dominado por velhas figuras. Danilo Morgado (PSL), que disputou voto a voto em Praia Grande, reúne condições para articular novas campanhas e, até, disputar uma vaga para os legislativos estadual e federal em 2022. O mesmo ímpeto tem a jornalista Solange Freitas (PSDB), que se lançou pela primeira vez em uma eleição majoritária e alcançou mais de 70 mil votos. Independentemente dos resultados de ontem, esse é um capital político que os credencia a disputar em novos pleitos e, em sendo a cargos nos legislativos estadual e federal, representar a região.
A eleição acabou e, espera-se, a disputa política também. Independentemente de quem saiu vitorioso das urnas, todos devem, agora, se voltar para as necessidades da região, que são muitas e cujas soluções vão depender do empenho coletivo. A pandemia não acabou, assim como a necessidade de criação de vagas de trabalho e geração de emprego. A Baixada Santista vive na expectativa de retomada da economia com as vendas de final de ano e, como região turística, com a temporada de verão e a iminente preferência pelo turismo doméstico em detrimento ao internacional.
Há, portanto, muitos desafios na agenda da região e do País, quase todos ligados à segurança sanitária e, por consequência, à melhora da economia. Que as diferenças partidárias tenham se limitado aos 45 dias de campanha. Mais que isso, que os prefeitos que assumirem a partir de janeiro possam encontrar respaldo para as demandas da população nas esferas de cima independentemente da legenda pela qual foram eleitos.