Liminar suspende despedimentos da Usiminas

A pandemia exige abdicação de todos, mas infelizmente os grandes não aceitam perder nada. Grande vitória do Sindicato impede 900 despedimentos na USIMINAS de Cubatão

Por: Sergio Pardal Freudenthal  -  21/05/20  -  17:01
Atualizado em 21/05/20 - 17:11

Enquanto 60 milhões se esforçam para receber 600 reais do auxílio-emergencial e micro e pequenas empresas lutam pelo empréstimo que o desgoverno federal só dificulta, a Usiminas – que soube destruir a nossa siderúrgica de Cubatão – atropela acordos e negociações e resolve despedir 900 trabalhadores, mais da metade do pouco que lhes resta.


Em ação ajuizada pelo Sindicato dos Metalúrgicos da nossa Região, a juíza da 2ª Vara do Trabalho de Cubatão, Adalgisa Lins Dornellas, concedeu a liminar suspendendo os despedimentos e inclusive determinando que a Usiminas reintegre os empregados que tenham sido despedidos.


Neste gravíssimo momento que o mundo inteiro atravessa, é bom que o Poder Judiciário, especialmente em defesa dos trabalhadores, garanta princípios democráticos. Enquanto negociam o aperto dos cintos dos trabalhadores, o patrão resolve despedir mais de 900.


A Usiminas, além de uma “gordurinha” para queimar, também tem uma boa dívida com toda a Baixada Santista. Quando ocupou a COSIPA – Companhia Siderúrgica Paulista, em Cubatão, após dominar a usina de Ipatinga, nada de bom apresentou em sua gestão. Propositalmente deteriorou a produção siderúrgica, conduzindo o desmonte que acabou acontecendo. Perdemos para a China o péssimo mercado em que a direção nos havia colocado. Sem o funcionamento do alto-forno não se fabrica aço.


Enquanto os mais necessitados, trabalhadores e pequenos empresários, se esforçam para sobreviver durante a pandemia, a USIMINAS quer se aproveitar para golpes finais na indústria siderúrgica da Baixada Santista.


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