Você é do tipo que mais fala ou mais ouve?

Você já deve ter ouvido o ditado: “Quem cala consente”, não é mesmo? Outro dia eu li uma atualização desse ditado, feita pelo Walcyr Carrasco, autor de novelas, e achei muito divertida: “Quem cala nem sempre consente… Às vezes é só preguiça de discutir com gente chata”. Na hora pensei: Isso é muito verdade! Mas, na sequência, pensei por outro ângulo. Eu conheço muita gente boa que é calada, que fica só ouvindo, a maior parte do tempo, e abre a boca apenas em situações especiais.

E você? É do tipo que mais fala ou que mais ouve? Se você não é do tipo que mais ouve, tenho certeza que conhece alguém assim... São os introvertidos. Pessoas sensíveis, reflexivas, que costumam ouvir mais do que falar. E se você pensar bem, vai ver que eles estão por todo lado: tem introvertidos entre os nossos amigos, colegas de trabalho, chefes, namorados, maridos e esposas.

Mas hoje eu vou contar a história de uma introvertida que mudou a história dos Estados Unidos. Quer ver uma coisa? Tenho certeza que você já ouviu falar no Martin Luther King. Mas talvez você não conheça, ou não lembre, de Rosa Parks. E você vai ver que a história dele teve muito a ver com a história dela. A história toda é muito legal e tem, inclusive, um filme (A História de Rosa Parks - 2002).

Rosa Parks era desse tipo de pessoa discreta, que falava pouco, cumpria suas obrigações no trabalho e falava mais apenas no ambiente familiar. Só que ela viveu num tempo e num lugar onde a segregação racial era muito grande.

Havia assentos reservados a negros nos ônibus, e se o ônibus estivesse lotado, os negros deveriam levantar para dar o lugar a um branco! Rosa fez isso a vida toda, até que um dia, cansada dessa e de outras tantas injustiças, decidiu falar uma única palavra, que mudou a história dos Estado Unidos. Ela disse NÃO! Negou-se a dar seu lugar a um branco, foi retirada à força do ônibus, foi presa e humilhada.

Esse episódio serviu como o estopim de uma bomba muito maior. Iniciou-se ali uma luta pelo fim da segregação racial, encampada tempos depois pelo extrovertido Martin Luther King, que tinha uma oratória sensacional, como nós sabemos.

Se você puder, assista ao filme! Vale muito a pena! Pra nós, fica a lição de que o mundo é feito de pessoas extrovertidas e de pessoas introvertidas. E que ambas podem compartilhar suas habilidades, ser competentes, bem sucedidas e felizes. Rosa Parks fez a diferença na vida de Martin Luther King, e eu tenho certeza de que você conhece algum introvertido que fez diferença na sua vida.