Comunicação nas redes sociais

O que podemos aprender com a linguagem das redes

Por: Cida Coelho  -  14/09/20  -  17:48
Atualizado em 14/09/20 - 18:04
Ofensas aconteceram pelas redes sociais
Ofensas aconteceram pelas redes sociais   Foto: Unsplash

“Quem é bom de mídias sociais, é bom falante em público”. Parece que há um paradoxo nessa afirmação feita por Carmine Gallo, jornalista e autor de publicações de sucesso na área de comunicação, recentemente. Mas não há. A explicação que ele dá , é que a linguagem das redes entende que o tempo de atenção das pessoas é curto, e que o cérebro é econômico. Isso significa que, se quisermos que alguém nos ouça, é preciso ajuda-lo a perceber a relevância do nosso tema, e que vale a pena nos dar atenção.


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A lógica é exatamente a mesma para apresentações em público. Temos que ter clareza do que queremos dizer para que a gente consiga ser simples e direto. Para algumas pessoas, isso não é difícil. Já para outras pessoas, ser simples, direto e conciso, é desafiador. A popularização das redes sociais nos colocou mais próximo dos nossos públicos e tornou mais fácil a tarefa de treinar, de praticar a comunicação por essa via digital. Mas isso não ajuda muito aqueles que não gostam de gravar vídeos. Recentemente, tive uma conversa bastante esclarecedora com o jornalista Felipe Gôngola, especializado em Marketing digital para médicos sobre esse tema. Para ele, “o marketing digital não é o futuro, ele é o presente”. É uma ferramenta democrática e disponível para todos os que se dispuserem a compreendê-la e tirar o melhor proveito dela.


Profissionais já consagrados, talvez acreditem que não precisam estar ativos nas redes sociais, mas Gôngola adverte que, ainda que ele tome a decisão de não estar nas redes, o seu público alvo, certamente estará. Portanto, se quisermos atingi-lo, precisaremos conhecer seu meio.


Veja os principais momentos da entrevista


Divulgar a si mesmo sempre foi um problema, pois a nossa cultura não valoriza esse tipo de atitude. Como lidar com isso, já que fomos educados a não nos “vangloriar” das nossas vitórias?


Em primeiro lugar, não dê ouvidos aos haters, ao “amiguinho” que fala que a pessoa “tá blogueiro”, em tom de deboche. É preciso coragem para postar conteúdo de qualidade sempre, e dar a cara à tapa. Aos poucos, vamos aprendendo qual a melhor forma de nos comunicar com nosso público sem parecer egocêntricos.


Dá pra começar a ser mais ativo nas redes, sozinho? o que você recomenda


Dá sim. É preciso pensar no planejamento, relembrar casos de sucesso. A dica é dividir seus temas e depois em subtemas. Feito isso, o próximo passo é planejar a semana com o conteúdo em sequência. Mostrar o lado humano do seu assunto, contar histórias. No quesito tecnológico existem muitos aplicativos que podem ajudar a editar fotos e vídeos de graça.


E pra quem não gosta de microfones e odeia uma câmera? O poder do vídeo é realmente grande?


O vídeo é primordial, um divisor de águas. As redes sociais não foram feitas só para foto ou divulgação de venda, é preciso dar a cara, mostrar autoridade no assunto. Só assim a pessoa pode convencer e vender mais. Pessoas querem se conectar com pessoas, marcas tem uma dificuldade a mais nas redes sociais.


Profissionais liberais geralmente são muito ocupados. Quantas horas por dia ou por semana ele precisaria se dedicar às redes?


Depende da rotina da pessoa. Tem gente que tem facilidade, produz com praticidade fotos, texto, posts, vídeos. Porem, há outros queprecisarão parar, escrever e planejar. O importante é colocar na agenda esse tempo que será usado para produzirconteúdo para as redes sociais. Se deixar para produzir quando “tiver um tempinho”,não vai sair do papel.


Que dicas você daria pra quem já entendeu que é necessário publicar nas redes mas não sabe por onde começar?


Foque em um nicho, depois pense em quais redes sociais quer investir.Em seguida, separe um tempo na agenda para pensar e executar as ações. Outra dica fundamental é estudar sempre sobre as novidades do mundo do marketing digital, tem muita coisa de graça na internet.


Por fim, faço minhas as palavras do Felipe Gôngola: “Pessoas querem se conectar com pessoas”, não com marcas, não com empresas, não com logotipos. E isso vale para as redes sociais e para toda e qualquer comunicação presencial.


Não percamos jamais o lado humano da comunicação de vista.


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
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