A busca por tornar nosso assunto interessante, às vezes nos leva a labirintos que só nos atrapalham. Algumas vezes, usamos uma linguagem rebuscada, outras, supervalorizamos a teoria por trás da nossa prática, o que só nos distância do interlocutor. Como despertar interesse em nossos assuntos? Como manter o interesse durante a nossa fala? E mais: Como fazer para que o que nós falamos seja lembrado depois que terminarmos de falar?
Perguntas como essas têm ocupado muitas mentes brilhantes, nos últimos séculos. A primeira obra dedicada ao tema de que se tem notícia foi escrita pelo grego Aristóteles, quatro séculos antes de Cristo. A “Retórica” de Aristóteles aponta três elementos essenciais para a persuasão. Ethos, Pathos e Logos, e é impressionante a atualidade dessa tríade nos dias de hoje. Veja só:
O conceito de ETHOS, está relacionado à parte do discurso que revela nossa credibilidade e autoridade em um determinado assunto. Está relacionada à imagem que a audiência percebe do orador. Já o conceito de LOGOS, diz respeito à parte lógica e concreta do nosso assunto. Tem a ver com as palavras que escolhemos usar para a construção de um determinado argumento. Finalmente, PATHOS, diz respeito a nossa capacidade de provocar emoções ou sentimentos em nosso público.
Ocorre que a maioria de nós, quando em ambiente profissional, com a tarefa de preparar uma apresentação, ocupa-se quase cem por cento do tempo em Logos. Damos alguma atenção a Ethos, porém, pouquíssimo espaço a Pathos. E é justamente essa parte da nossa fala, Pathos, que tem o poder de gerar os gatilhos mentais que são capazes de atrair e manter a atenção do nosso público e fixar na memória o que falarmos. Afinal, nossas memórias são feitas de emoções. De tudo aquilo que for falado, lembraremos apenas do que fez sentido pra nós, ou que nos tocou emocionalmente.
Então, pra despertar e manter atenção em sua fala, valorize Pathos:
Lembre-se que a receita ideal para a eficiência da comunicação depende do equilíbrio de elementos lógicos e emocionais. Mas a pitada do emocional tem um peso decisivo nessa mistura. Afinal, podemos ser convencidos pelo poder da lógica, mas somente seremos encantados ou “persuadidos” pela emoção. Apenas a emoção é capaz de gerar uma ação ou mudar um comportamento. Boa sorte!