Como somos influenciados pela comunicação das celebridades

O que nos move é o poder que podemos ter de influenciar alguém a tomar uma decisão, a fazer uma escolha, a mudar de opinião

Por: Cida Coelho  -  21/02/20  -  16:09
Atualizado em 21/02/20 - 16:30
Ser famoso e conhecido não é sinônimo de ser influente
Ser famoso e conhecido não é sinônimo de ser influente   Foto: Divulgação

A comunicação está em nossas vidas do momento que acordamos até a hora de dormir. Seja digital ou presencial, estamos nos conectando o tempo todo. Mas o que nos move é mais do que passar adiante uma mensagem ou uma informação. O que nos move é o poder que podemos ter de influenciar alguém a tomar uma decisão, a fazer uma escolha, a mudar de opinião. E não há problema nisso. Seja na família, entre amigos ou no trabalho, estamos o tempo todo, consciente ou inconscientemente, procurando influenciar ou convencer o outro com a nossa opinião.


O poder dessa influência, no entanto, ganhou um status tão grande, sobretudo no mundo corporativo. A revista Forbes dedicou uma reportagem a esse tema, apontando as três principais características de uma pessoa influente e dando dicas de como direcionar nosso comportamento nessa direção. Achei bastante interessante o fato de que as 3 características que eles apresentam estão na base de uma comunicação verdadeira e eficiente. Olha só: a primeira é a Consistência, a segunda a Empatia e a terceira é a Coragem. Vamos entendê-las:


A Consistência diz respeito a coerência entre o que uma pessoa fala e o que ela faz. Ninguém gosta de ouvir a opinião de alguém que não faz o que diz. Por outro lado, gostamos e confiamos em alguém que cumpre o que promete, que faz o que fala.


A Empatia tem a ver com a capacidade de ouvir com a mente aberta. Diz respeito a quanto uma pessoa é capaz de entender o ponto de vista de outra pessoa, mesmo quando discorda de seus argumentos. Ter empatia permite que uma pessoa se identifique com as necessidades e metas do outro. É mais fácil sermos influenciados por alguém que é capaz de sentir o que nós sentimos


Finalmente, a Coragem, tem a ver com a capacidade de apresentarmos nosso ponto de vista de uma maneira clara e empática. Só ter ideias e opiniões não basta. É preciso expressá-las no momento certo e de um jeito construtivo.


No inicio dessa semana, a IPSOS, empresa especializada em pesquisas, divulgou o resultado de um levantamento com mil pessoas de diversas regiões do Brasil. O objetivo desse estudo era mostrar como os consumidores se conectam e são influenciados por celebridades. A ideia era verificar o poder de influência que algumas personalidades e influenciadores digitais têm sobre os consumidores. Diferentemente da revista Forbes, eles se basearam em sete (e não três) dimensões relacionadas a influência. São elas: atração, charme, modernidade, conduta, sucesso, alegria e confiança. A lista completa dos resultados e o ranking das celebridades você encontra no site da IPSOS


Mas quero destacar aqui, dois resultados que me chamaram a atenção:


  1. Ser famoso e conhecido não é sinônimo de ser influente: a lista das 5 celebridades mais conhecidas é diferente da lista das 5 celebridades mais influentes. O mesmo acontece com os 5 youtubers mais conhecidos e os 5 mais influentes.
  2. O campeão entre as celebridades mais influentes é Evaristo Costa, ex jornalista da rede Globo, empresa da qual saiu em julho de 2017. Além disso, nosso campeão de influência está longe do Brasil. Ele mora com a família em Londres, desde então!

Influenciar e ser influenciado faz parte da comunicação. É um processo que independe da nossa vontade e acontece sem que a gente perceba. Naturalmente, as “celebridades” e os “influenciadores” têm comportamentos com intenção clara de influenciar, pois existe um interesse comercial por trás de suas ações.


No entanto, saber que nem sempre os mais conhecidos são os que exercem a maior influência, reforça a ideia de que o que esperamos de uma comunicação  é algo mais do que palavras. Para confiarmos e nos deixar influenciar, continuam valendo os elementos citados pela revista Forbes. Precisamos perceber se há consistência, empatia e coragem por parte das nossas celebridades prediletas, e por que não por parte das nossas celebridades particulares.


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
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