A voz doce, humana e decisiva dos emojis

Na esteira dessas facilidades, vieram as redes sociais e os aplicativos de mensagens, quebrando barreiras globais

Por: Cida Coelho  -  16/01/20  -  19:17
A voz doce, humana e decisiva dos emojis
A voz doce, humana e decisiva dos emojis   Foto: Lidya Nada/Unsplash

Que as transformações tecnológicas mudaram nosso cotidiano, não é novidade. Nosso modo de consumir informação mudou, nossa maneira de reservar hospedagens mudou, nossa mobilidade urbana mudou. Os aplicativos são protagonistas de uma nova geração, e nós, somos apenas felizes consumidores de tantas facilidades.


Na esteira dessas facilidades, vieram as redes sociais e os aplicativos de mensagens, quebrando barreiras globais, e permitindo uma comunicação em tempo real com um infinito número de pessoas.


Não vamos discutir aqui se a comunicação presencial é melhor que a digital, se é mais completa, mais verdadeira. A comunicação presencial, evidentemente, é a mais natural, mas nossa comunicação por aplicativos de mensagens chegou pra ficar. Nunca dependemos tanto do texto como dependemos hoje em dia. Por conta disso, perdemos alguns mensageiros importantes.


No texto escrito não há tom de voz, não há intensidade da voz e não há ritmo de fala, elementos tão importantes, até bem pouco tempo atrás, nas nossas conversas pelo telefone, lembram?. Isso sem falar na infalível expressão facial, tão reveladora em conversas presenciais.


Para ocupar essa lacuna da comunicação, surgiram os Emojis. Eles são capazes de substituir as mesmas variações de sentido, que a voz, o gesto e as expressões faciais produzem na comunicação presencial. Algumas vezes, falam mais do que as palavras.


Os emojis adicionam personalidade, atenuam a frieza do texto escrito e aproximam os dois lados da comunicação: quem escreve e quem recebe a mensagem.


Mas o que explica a tamanha popularidade dos Emojis?


A resposta a essa pergunta pode estar nos achados de um pesquisador da Universidade de Flinders, na Australia, chamado Owen Churches (artigo neste link), que recentemente decidiu investigar qual o impacto que a presença dos Emojis na nossa cultura.


Ele concluiu em seu estudo que o cérebro humano reage aos emojis de faces, da mesma maneira que reage aos rostos humanos de verdade. Evidentemente, essa não é uma capacidade humana inata.


Pelo contrario, ela foi desenvolvida pela exposição do cérebro à presença constante dos emojis em nossa comunicação por mensagens. Nosso cérebro aprendeu a reconhecer um emoji, de tanto interpreta-lo, de modo que a reação ao ver um emoji sorridente, por exemplo, é bastante similar a ver um rosto real sorridente. A ativação cerebral é a mesma, e consequentemente, a resposta emocional, também. Os cientistas chamam esse fenômeno de “respostas neurológicas culturalmente assimiladas”.


Gosto de pensar que a comunicação humana não perdeu com a chegada das redes sociais e com os aplicativos de mensagens. Gosto de pensar que nesse mundo globalizado, a maioria das pessoas é sensível e receptiva ao lado mais humano da comunicação.


Como foi sensível o japonês Shigetaka Kurita, precursor da criação dos emojis na década de 90. Por conta disso, sou entusiasta da utilização correta e equilibrada dos emojis nas conversas, pois sei que eles podem evocar respostas emocionais positivas trazendo leveza e humanidade à nossa comunicação digital.


Semana que vem falaremos mais sobre o assunto, focando o uso correto e equilibrado dos Emojis. Mas, e você? Qual emoji melhor te representa hoje?


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
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