A primeira impressão é importante, mas não é a que fica

Essa é uma noticia excelente para quem não gosta de falar em público e sente um grande desconforto no início das palestras

Por: Cida Coelho  -  27/09/19  -  12:31
Atualizado em 27/09/19 - 12:41
Intuitivamente, sempre tive a sensação de que a última impressão marcaria mais do que a primeira
Intuitivamente, sempre tive a sensação de que a última impressão marcaria mais do que a primeira   Foto: Arquivo pessoal

Você já deve ter ouvido inúmeras vezes que a primeira impressão é a que fica. E que essa primeira impressão acontece logo nos primeiros segundos de um contato interpessoal ou de uma palestra. Por isso mesmo, nos preocupamos em caprichar nessas situações, assim a gente garante uma boa primeira impressão.


Pra quem não gosta de falar em publico, essa informação é terrível. É justamente nos primeiros minutos de uma apresentação que temos uma descarga grande de adrenalina e cortisol, hormônios relacionados ao estresse. Essa descarga hormonal gera alguns desconfortos como respiração ofegante, voz trêmula, sudorese, boca seca... Então, como passar uma boa primeira impressão com esse turbilhão de sensações desagradáveis?


O inicio de uma apresentação oral é sempre mais difícil para quem não gosta da tarefa de falar em publico. Sabendo disso, oriento meus clientes a se prepararem para esse momento do turbilhão, manterem o foco e seguirem em frente com um bom começo. Paralelamente, recomendo que preparem um final ainda mais impactante, pois intuitivamente, sempre tive a sensação de que a última impressão marcaria mais do que a primeira.


A explicação para essa minha “sensação” foi trazida pelo neurocientista Pedro Calabrês, em seu vídeo “A primeira impressão é a que fica?“. Ele nos traz informações muito interessantes sobre como funciona a memória humana e como esse funcionamento faz com que a conhecida frase “A primeira impressão é a que fica”  não seja tão verdadeira.


Um dos pontos principais, destacados pelo pesquisador, vem da teoria de Daniel Kahneman, denominada peak-end rule, segundo a qual, nossa memória é profundamente influenciada pelo final da experiência e pelos picos emocionais vividos durante essa experiência.


Essa é uma noticia excelente para quem não gosta de falar em público e sente um grande desconforto no início das palestras. O que ficará na memória da plateia, é o impacto final e os picos marcantes durante a palestra. Baseados nessa teoria, separamos 5 dicas para quem não gosta de falar e publico: 


  1. Prepare muito bem o conteúdo que deseja transmitir.  Seja simples e objetivo.
  2. Treine até sentir que tem o domínio total do seu roteiro.
  3. Prepare um bom inicio, demonstrando a sua plateia a relevância do seu tema.
  4. Divida seu roteiro em blocos de conteúdos e certifique-se de que você terá, em cada um deles, um elemento marcante capaz de gerar um “pico emocional” na sua plateia. (pode ser um case, uma história, uma foto, um vídeo).
  5. Reserve um bônus surpresa para o final, de forma que sua plateia saia da sala impactada por ele.

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