Pandemia invoca responsabilidade social corporativa

Evoluímos para o estágio mais radical: o lockdown na Baixada Santista e em algumas outras cidades do interior do Estado

Por: Caio França  -  24/03/21  -  09:00
Estamos diante de um adversário extremamente resistente
Estamos diante de um adversário extremamente resistente   Foto: Pixabay

Depois de completarmos um ano do início da primeira quarentena, esperávamos estar numa situação bem diferente. No entanto, evoluímos para o estágio mais radical: o lockdown na Baixada Santista e em algumas outras cidades do interior do Estado. Estamos diante de um adversário extremamente resistente, que luta conosco de maneira desigual, em situação de vantagem permanente, que reconhece em nós a fragilidade da existência humana.


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Iniciamos ontem mais um ‘round’ contra esse inimigo oculto, mas tenho muita fé de que esse será o último golpe que nos imobiliza face a dor da perda de entes queridos ou de vários deles de uma mesma família, da súplica e do choro dos profissionais da saúde, do desemprego, da fome e de tantas outras dores como a de um comerciante que precisou baixar definitivamente as portas do seu negócio.


Somos sensíveis e solidários a todas essas questões que fazem com que sejamos um só, habitando um mundo comum em que esferas pública e privada se misturam e se complementam. Infelizmente, ainda que os esforços tenham vindo de diversos cantos, tivemos que recuar. Esta talvez seja a maior crise sanitária que o século XXI vai atravessar, algo similar ao que estamos passando ocorreu no início do século passado com a gripe espanhola. E o propósito desse nosso novo recolhimento é o bem comum, porque não estamos sozinhos, fazemos parte de uma coletividade.


E deriva desse senso comum, dessa premissa, o exemplo que a fabricante de bebidas Ambev está dando ao converter parte de uma de suas cervejarias para fabricação e envasamento de oxigênio hospitalar, em Ribeirão Preto, para abastecer hospitais e unidades de saúde em São Paulo. A partir de abril, a unidade vai fornecer oxigênio suficiente para 166 pessoas por dia, a produção será integralmente doada pela empresa no ponto mais crítico da pandemia, cuja ocupação dos leitos chega perto dos 100%.


A Copagaz, que distribui botijões de gás, também disponibilizará a sua frota para o transporte e a logística dos cilindros de oxigênios. São iniciativas como estas que merecem ser exaltadas neste momento para que se crie um movimento de adesão ainda maior de mais e mais empresas privadas, de grande, médio ou pequeno porte, de pessoas físicas e organizações não-governamentais nesta batalha contra a Covid-19.


Nesta última semana, outra boa notícia veio da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) que entregou um lote de 500 mil doses da vacina Oxford/AstraZeneca, fabricadas em Bio-Manguinhos, no Rio de Janeiro, ao Programa Nacional de Imunizações (PNI). A expectativa é chegar até o fim do mês com uma produção de cerca de um milhão de doses por dia. A partir do próximo mês, a previsão é produzir mais de 20 milhões de doses mensais, com entregas semanais em torno de 6 milhões de doses.


Também estou protocolando um requerimento na Secretaria Estadual de Saúde cobrando o cronograma final de vacinação de toda a população paulista, considerando a aplicação das duas doses e a abrangência para todas as faixas etárias e grupos de risco. Afinal, até o momento, virar esse jogo implica em garantir a imunização em massa. Somente assim a população poderá voltar a viver sem medo, planejar a vida e sonhar. E que seja breve, muito breve!


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