Os heróis de 2020

Corpo de Bombeiros não poupou esforços em salvar vidas dos deslizamentos em Santos e Guarujá. Assim como profissionais da área médica no combate a covid-19

Por: Caio França  -  30/12/20  -  10:01
Profissionais da Saúde atuaram no combate a covid-19
Profissionais da Saúde atuaram no combate a covid-19   Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

O ano de 2020 começou desafiador, em especial para a Baixada Santista. Antes mesmo do anúncio da pandemia pela Organização Mundial de Saúde (OMS) a região sofreu uma tragédia sem precedentes ocasionada pelas fortes chuvas do início de março, com deslizamentos em morros de Guarujá, Santos e São Vicente, deixando 45 mortos. Foi um início de ano angustiante, de tristeza , de luto profundo e também de muitas ações de solidariedade e caridade, tão peculiares do nosso povo.


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Acompanhei de perto as notícias sobre os resgates das vítimas, o Corpo de Bombeiros não poupou esforços em salvar vidas e infelizmente sofreu baixas com a morte de dois bombeiros, no Guarujá, heróis que tentavam salvar uma mãe e o seu filho, nos deixando um legado de comprometimento e amor à profissão.


A corporação sempre esteve muito ligado a essa imagem de idolatria, salvação e heroísmo, especialmente alimentada pelas crianças nas figuras dos super-heróis, tão difundida nas histórias em quadrinhos e no cinema, justamente por exercer uma atividade em que a sua vida é constantemente colocada em risco para assegurar a sobrevivência do próximo. Mas 2020 mostrou que esta lista de profissão ‘herói’ precisa ser urgentemente ampliada.


Assim como os bombeiros que morreram no exercício de sua profissão, quantos enfermeiros, médicos, nutricionistas, fisioterapeutas e todas as equipes técnicas e administrativas de hospitais espalhados por este Brasil e mundo afora não partiram tentando salvar o seu semelhante em meio a pandemia da Covid-19, que, diga-se de passagem, ainda continua assustando.


Profissionais que arriscaram a sua própria vida para salvar a do próximo, de maneira altiva, com coragem. Sem hesitação. Foram para o front. Não pediram demissão de suas funções. Não tiveram a opção de fazer home-office. Não puderam fazer a quarentena. Se afastaram de suas famílias. Milhares morreram no exercício da carreira que escolheram seguir. Não recusaram o chamado. Defenderam a sua nação, tão desorientada, desprotegida e desgovernada. Ainda assim, seguiram em frente.


Os que felizmente sobreviveram perderam amigos, colegas de profissão, esposa, marido, filhos, parentes próximos e entes queridos. São histórias que devem pautar o próximo século da existência humana de forma a honrar o legado de cada uma delas. Vamos precisar de tempo para processar tantas lições e aprendizados que este ano nos deixa. Mas o principal deles talvez seja sobre a importância da vida em comunhão, da igualdade, da fraternidade, do quanto somos dependentes das virtudes e das habilidades dos outros, já que definitivamente elas podem salvar vidas. 2020 nos mostra que diante de um vírus novo e assustador, sem remédio, sem vacina e sem cura, a fragilidade humana é a mesma em qualquer lugar do planeta.


Desejo um 2021 de muita saúde, que as vacinas cheguem ao Brasil com a maior brevidade possível, priorizando os grupos de risco e aos poucos estendendo a vacinação para toda a população de maneira que aos poucos a nossa rotina se restabeleça e que a paz volte a reinar em nossos lares. Deus os abençoe! Feliz Ano Novo!


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