Carnatea: combinação perfeita de carnaval com amor

No último domingo (16) participei do Carnatea, no Gonzaguinha, em São Vicente. O bloco de Carnaval, que já está em sua segunda edição, propõe uma folia inclusiva, com a finalidade de levar o Transtorno do Espectro Autista (TEA) à reflexão da sociedade, em uma festa com a presença de pais, familiares, alunos com deficiência da rede pública municipal de ensino de São Vicente e foliões em geral.

Com a mensagem ‘Diferente é o mundo que queremos’, o bloco reuniu cerca de 400 pessoas na Praça Tom Jobim. É uma iniciativa que veio para ficar e compor o calendário da Cidade. É este tipo de manifestação que faz o Carnaval valer a pena, quando ele deixa de ser apenas um meio de diversão para se tornar também um instrumento de reflexão sobre a inclusão, temas sociais e históricos.

É muito amor envolvido. A rede de educação inclusiva de São Vicente conta com 1.396 pessoas com deficiência, sendo que 950 já compõem as escolas de ensino regular. A Prefeitura também possui dois projetos semi-profissionalizantes, um que funciona na Área Insular e o outro na Área Continental, além das entidades conveniadas. De acordo com a chefe do Departamento de Educação Inclusiva, Luciana Oliveira Zima, toda a verba arrecadada com a venda dos abadás é revertida para a aquisição de materiais adaptados e projetos pedagógicos.

Segundo ela, o Carnatea traz uma mensagem importante, de que todos os dias temos a oportunidade de fazer a diferença na vida do outro com simples gestos, de coração aberto. “O bloco também é uma maneira de nos posicionarmos contra todo o tipo de preconceito e indiferença”, acrescentou.

O Carnaval é a maior festa popular brasileira, democrática por natureza. Eu diria até que é a expressão máxima do nosso Brasil, a representação do nosso povo, de seus costumes e culturas. É a festa em que todos se misturam. Na qual se reúnem todas as classes sociais, cores e credos. É a festa que atrai os estrangeiros por toda a sua magia e beleza, fazendo com que o Brasil seja reconhecido em todo o mundo como o país do Carnaval.

Não há nada de errado nisso.  Evidente que queremos ser reconhecidos por outros títulos, como, por exemplo, o de um país em pleno desenvolvimento, economicamente estável e com baixo desemprego. Os problemas, de fato, não desaparecem em época de Carnaval. Mas a celebração é um combustível importante na manutenção da chama da esperança para dias melhores. Porque o que faz do Carnaval essa tradição é a alegria do povo brasileiro, o nosso maior patrimônio, que nos torna únicos e tão especiais.