Baixada Santista vive dia de luto com destruição e mortes causadas pelas chuvas

A Região Metropolitana da Baixada Santista foi fortemente afetada pela chuva torrencial que começou na tarde da última segunda-feira (2) e se estendeu durante toda a madrugada. A terça-feira (3) também permaneceu chuvosa, sem trégua, dificultando ainda mais o trabalho do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil no resgate das vítimas soterradas pelos deslizamentos de terra ocorridos em especial nos morros dos municípios de Guarujá, Santos e São Vicente. O último boletim do Corpo de Bombeiros registrou 18 mortos e 30 desaparecidos. Uma tragédia sem precedentes.

As equipes de resgate seguem com o trabalho de buscas pelas vítimas. São 113 bombeiros e 31 viaturas que permanecerão em alerta o tempo todo, até que a situação volte ao controle. A corporação, infelizmente, sofreu baixas com a morte de dois bombeiros, em Guarujá, heróis que nos deixam um legado incrível de comprometimento e amor à profissão. Eles tentavam salvar uma mãe e o seu filho.

Profissionais que arriscaram a sua própria vida para salvar a do próximo. Sem hesitação. Morreram no exercício da carreira que escolheram seguir. Histórias como estas e tantas outras de solidariedade e fraternidade surgirão dessa tragédia, e nos farão refletir sobre a vida em comunhão e o quanto dependemos uns das virtudes e habilidades dos outros.

E como é bom num momento de apuro, de angústia e aflição, com diversas pessoas desabrigadas, ter alguém para contar e te estender a mão. Perceber que você não está sozinho. Então, não poupemos esforços neste momento crítico pelo qual passa a nossa região, vamos ofertar o melhor que temos: o nosso tempo, o nosso amor, o trabalho voluntário, a escuta e certamente aos que puderem doar objetos materiais serão muito bem-vindos, como roupas de cama e de banho, colchões, travesseiros, produtos de higiene pessoal, mantimentos e outros. Os locais de doação podem ser conferidos na página oficial das prefeituras na internet.

O temporal causou transtorno também por conta dos alagamentos de vias públicas e inundações, além da queda de barreiras em estradas, dificultando e em alguns casos até impedindo a volta para casa após o dia de trabalho. O cenário desolador fez com que os prefeitos de Guarujá e São Vicente decretassem estado de calamidade pública e o de Santos, situação de emergência.

O governador esteve na região, sobrevoando os locais mais críticos e disponibilizou recursos para o programa Aluguel Social para a população que ficou desalojada. A iniciativa consiste em ajudar as famílias a alugar um imóvel, até que elas consigam voltar para suas residências ou então consigam se restabelecer. O governo estadual entra com 50% do recurso e o município com os outros 50%.

Também estou em contato desde a primeira hora do dia com o coronel Niakas, coordenador estadual da Defesa Civil, que monitora de perto, junto ao Corpo de Bombeiros, as primeiras ocorrências desde a madrugada. Em 12 horas, choveu na região mais que o esperado para todo o mês de março, e a previsão é de que chova entre 60 e 70 milímetros nas próximas 24 horas. Guarujá foi a cidade mais afetada até o momento, com mais de 40 pessoas desaparecidas.

A previsão é que a chuva permaneça intensa até quinta-feira, portanto, é importante que as pessoas se mantenham afastadas das áreas de risco, já que há chances de desmoronamento. A orientação da Defesa Civil é de remoção.

Definitivamente, esta terça-feira entrará para a história como um dos dias mais tristes dos últimos tempos. De profundo luto para todos os moradores da Baixada Santista. Minhas mais sinceras condolências às famílias das vítimas, dos desaparecidos e dos nossos heróis, os cabos Rogério de Moraes e Marciel Batalha.