As medidas preventivas no combate ao coronavírus no Brasil

Medidas de contenção ainda continuam sendo as nossas únicas armas contra o vírus

Por: Caio França  -  18/03/20  -  09:00
Atualizado em 19/04/21 - 18:27
 Os efeitos colaterais da Covid-19
Os efeitos colaterais da Covid-19   Foto: Bruno Rocha/Estadão Conteúdo

Há quase três meses, a descoberta do novo coronavírus na China assustava o mundo inteiro, e de lá pra cá, acompanhamos a evolução e a disseminação do vírus por outros países e continentes. Assim que surgiu o primeiro surto, pesquisadores e cientistas brasileiros se anteciparam em buscar e receber os recursos necessários para fazer o sequenciamento do vírus quando chegasse ao Brasil. E assim foi feito.


O planejamento foi providencial. Enquanto muita gente se preparava para a folia do carnaval, anjos denominados cientistas trabalharam madrugadas afora para tentar desvendar o maior número de informações sobre a doença, que já havia acometido uma pessoa na capital paulista.


Em dois dias, a sequência completa do genoma viral já estava publicada e acessível. Nesta ocasião, pesquisadores de outros países ao redor do mundo levavam mais de 15 dias para obter o sequenciamento genético do Covid-19, incluindo a Itália.


O anúncio de pandemia pela OMS (Organização Mundial da Saúde) está completando uma semana. Ainda não temos todas as respostas, mas estamos reunindo muitas informações relevantes sobre o comportamento do vírus, que demonstra mutação genética, o que não significa dizer que necessariamente as modificações possam gerar mudança no comportamento do vírus.


De acordo com o Ministério da Saúde, o número de mutações ocorre de maneira relativamente estável com o tempo e permite estabelecer uma espécie de relógio molecular. Analisando essas mutações, os cientistas podem pré-dizer de onde o vírus veio e há quanto tempo ele está em circulação em uma determinada população.


Enquanto profissionais altamente especializados e capacitados trabalham no mapeamento do novo vírus e tantos outros abnegados profissionais da saúde e área médica lutam para garantir e preservar a vida dos infectados, o que nós podemos fazer para ajudar nesta batalha?


A resposta é simples: o nosso papel é o mais importante de toda essa história. A propagação do vírus é responsabilidade nossa, minha e sua, porque somos milhões. Portanto, evite a exposição ao vírus, e isto só vai ocorrer ficando em casa. A transmissibilidade é alta. Não há outro caminho a não ser evitar a circulação e o contato entre pessoas. A recomendação dada pelos governantes e autoridades sanitárias é clara: na medida do possível, fique em casa!


Pensando nas pessoas que continuam trabalhando e que não puderam ser dispensadas do seu trabalho, apresentamos um projeto de lei na Assembleia Legislativa na última semana que dispõe sobre a obrigatoriedade de afixação de dispensadores de álcool em gel nos transportes intermunicipais do estado em pelo menos três pontos de toda a extensão dos veículos, que incluem ônibus, vagões de trem e metrôs e VLTs (Veículo Leve sobre Trilhos).


Infelizmente, o transporte público é um ambiente favorável para proliferação do vírus. A população que depende deste meio de locomoção para chegar ao local de trabalho fica mais exposta ao contágio por conta do aglomerado de pessoas e da baixa circulação de ar. Acrescenta-se a isto o contato físico permanente.


Dessa forma, é essencial que o transporte público ofereça condições mínimas de higiene para reduzir as chances de contaminação. Encaminhei, também, um ofício aos prefeitos dos nove municípios da Baixada Santista sugerindo que eles também pudessem estender a mesma prática nos ônibus municipais.


Entendo, portanto, que podemos continuar sendo modelo e referência para o mundo no que compete à neutralização e estancamento do Covid-19 por parte da nossa gente, do nosso povo. Vamos transformar este sentimento de impotência em fé e o medo em amor. E continuar fazendo a nossa parte.


No lugar da inércia e da demora em agir por parte de alguns países europeus, o Brasil, por meio de seus estados e municípios, tem dado um grande exemplo na adoção de medidas preventivas. Contudo, as mesmas só terão validade se cada um fizer a sua parte.


O nome que se dá a isto é responsabilidade social. Temos uma cartilha a seguir e um caminho a percorrer até que tenhamos real compreensão da situação. Já sabemos que o risco maior envolve pessoas que possuem histórico de doenças pré-existentes e idosos acima de 60 anos.


As medidas de contenção ainda continuam sendo as nossas únicas armas contra o vírus, então lave bem as mãos com sabão, use o álcool em gel, evite ambientes aglomerados e procure um médico a qualquer sinal de febre, tosse, dificuldade de respirar, entre outros. Pelo bem estar de todos, vamos fazer a nossa parte!


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
Ver mais deste colunista
Logo A Tribuna
Newsletter