As múltiplas inteligências

Hoje pretendo fornecer informações para que possamos ampliar nosso entendimento sobre a inteligência humana, visando à construção das possibilidades e limites do ser humano

Por: Ângela Cotrofe  -  04/07/19  -  01:35
Atualizado em 04/07/19 - 01:36
  Foto: iStock/Getty Images Plus/Radachynskyi

Hoje pretendo fornecer informações para que possamos ampliar nosso entendimento sobre a inteligência humana, visando à construção das possibilidades e limites do ser humano.


Howard Garden, psicólogo cognitivo e educacional estadunidense, duvida dos instrumentos que medem a inteligência por meio de testes que avaliam apenas algumas habilidades (linguística e lógica- matemáticas) e da grande importância às variadas valorizações culturais.


Garden acredita que todas as inteligências são parte de herança genética humana, e os níveis básicos de cada inteligência se manifestam universalmente e independentes da educação e cultura.


Isso é denominado como teoria das Múltiplas Inteligências independentes entre si, combinadas e organizadas de maneiras particulares, utilizadas na resolução de problemas. Existe distinção entre inteligência e talento, sendo este último desenvolvido pela valorização do ambiente.


Observar o indivíduo de forma pluralista é reconhecer as diferentes facetas da cognição, ou seja, que tenha um multifacetado entendimento da Inteligência.


A meu ver, a escola deve não só reconhecer as variadas potencialidades humanas, como conduzir os jovens a fim de alcançarem seus objetivos vocacionais.


Sugiro que as avaliações escolares sejam ricas em focar habilidades individuais, por meio de profissionais especializados que compreendam explorem o potencial das habilidades e do interesse dos estudantes.


Na Veneza de Vivaldi, a escola valoriza o aspecto musical.


A natureza por definição é variada, e nós humanos não temos o direito de reduzi-la, mas de aproveitar as diversas capacidades cerebrais.


Há cem anos a força física era muito importante para trabalhos na indústria e na agricultura. Nesse cenário, aqueles não dotados de força física se encontravam em desvantagem.


Vejam como a cultura e circunstâncias sociais determinam a desvantagem e a dificuldade de aprender.


Talvez, daqui a um tempo, com o uso do computador, os disléxicos não serão mais um grupo em desvantagem.


Desta forma, enfatizo que devemos avaliar o indivíduo considerando o não está apto a fazer agora, mas para o que ele estará apto a fazer no futuro. A natureza é variada, não temos o direito de reduzi-la. Assim é o ser humano, e são muitas as capacidades cerebrais.


Em outras palavras, exatamente as mesmas modificações cerebrais que provocam uma dificuldade de pensar também produzem um talento superior.


Quanto mais amplo o contexto em que observamos o indivíduo frente às dificuldades, mais poderemos entender suas causas que o levam a interpretar o mundo de forma peculiar.


Essa observação é eficaz não somente para fechar diagnóstico e orientar tratamentos, como também pode auxiliar qualquer pessoa que conviva com individuas que apresentem formas próprias de lidar com o mundo.


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
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