João Doria prometeu 46 milhões de doses da Coronavac até Dezembro e não entregou nem 25%

O Brasil não possui doses suficientes para vacinar nem se quer o grupo de risco

Por: Alexandre Catena  -  23/01/21  -  17:15
Vacinação de voluntários deve retomar nesta quinta-feira (11)
Vacinação de voluntários deve retomar nesta quinta-feira (11)   Foto: Estadão Conteúdo

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), em coletiva de imprensa realizada no dia 30 de setembro de 2020, anunciou que até dezembro de 2020 estariam em solo paulista 46 milhões de doses da vacina Coronavac, do Laboratório Sinovac, em parceira com o Instituto Butantan.


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Diante de toda repercussão da aprovação da vacina e do início da imunização, o Brasil não possui doses suficientes para vacinar nem se quer o grupo de risco. Pois bem, importante relembrar que o João Doria entregou ao Ministério da Saúde 6 milhões de doses da Coronavac e agora mais 4,1 milhões de doses, o que não chega nem a 25% das doses prometidas pelo governador.


Acontece que a mídia e os críticos esqueceram de perguntar ao Doria onde estão estas vacinas e por que não ocorreram as entregas das 46 milhões de doses até Dezembro.A manchete da publicação traz “SP assina acordo por 46 milhões de doses de vacina contra o coronavírus até dezembro” e na reportagem,


“O acordo foi assinado no Palácio dos Bandeirantes pelo Governador Doria, o Diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, e o Vice-presidente mundial da Sinovac, Weining Meng. No valor de US$ 90 milhões, o contrato também formaliza a transferência de tecnologia para produção da vacina pelo Butantan. Até dezembro, a farmacêutica vai enviar 6 milhões de doses da vacina já prontas, enquanto outras 40 milhões serão formuladas e envasadas em São Paulo” , segundo o site do governo de São Paulo.


Ninguém teve a audácia de questionar o governador do Estado de SP? É óbvio que não podemos tirar o mérito do governo, do Instituto Butantan e dos cientistas, mas o João Doria não cumpre o que promete. Temos uma vacina hoje por conta deste trabalho, mas não venham justificar o questionamento ou transferir a culpa para o governo federal, porque isto foi um contrato do estado com a Sinovac.


Sexta-feira (22), o governo adotou medidas mais restritivas no combate ao Covid-19, mas ficam aqui os questionamentos: O decreto 64.959/2020 e a Resolução SS – 96 obriga o uso de máscaras e fixa uma multa de R$524,59 para quem não obedecer. Quantos paulistas foram multados? Diariamente vemos pessoas sem máscaras e os municípios sozinhos não conseguem fiscalizar.


Outro questionamento é referente as atuações no combate as festas clandestinas, que trazem aglomerações, sem protocolos e sem fiscalização. Quantas festas foram barradas e multadas? O que adianta o governo proibir bares e restaurantes sendo que não toma providências contra estas festas? Importante ressaltar que a maior culpa são dos frequentadores destas festinhas, pois estão colocando em risco a população e os empregadores que precisam trabalhar para garantir o sustento de suas famílias.


Ontem, inclusive na coletiva de imprensa, um renomado médico do Centro de Contingência disse que no transporte público, com uso de máscaras, a exposição do vírus é pequena, pois não passa de uma hora de trajeto. Isso é justificativa comprovada em ciência para justificar as lotações nos transportes públicos? Por que o Doria não aumenta a frota?


Não podemos esquecer que os hospitais de campanha do João Doria foram fechados , porque segundo ele , também em coletiva de imprensa, disse que o pior já tinha passado, mas agora vão precisar reabrir tudo de novo. Quanto o estado vai ter que gastar de novo pela abertura destes leitos?


O Brasil não vive uma segunda onda, pois nunca sequer saiu da primeira. O que estamos vivenciando é uma irresponsabilidade por parte da população, um negacionismo por parte de alguns, a falta de fiscalização, uma falta de atuação do Ministério da Saúde, um jogo político e claro um repique da primeira onda. Os casos e as mortes não param de aumentar, e na décima segunda economia do mundo, sua população morre por asfixia pela falta de oxigênio no hospitais do estado considerado “Pulmão do Mundo”.


São muitos questionamentos importantes que o governo não justifica, mas a população precisa continuar fazendo sua parte, pois não podemos depender das ações dos governantes. Usem máscaras, evitem aglomerações e tenham empatia com a vida dos outros.


Por um outro lado, o Brasil vacinou até agora mais de 400 mil pessoas, e o principal, ninguém ainda virou jacaré!


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