“Condutopatas Assassinos”, este foi o tema de uma live que ocorreu com este colunista, no último dia 21, que teve a presença do mais renomado psiquiatra forense do Brasil, Dr. Guido Arturo Palomba, e teve mais de 4 mil visualizações simultâneas.
Iniciamos o bate papo esclarecendo o que seriam os condutopatas, que segundo o psiquiatra, são os habitantes da zona fronteiriça entre a loucura e a normalidade. Aqueles conhecidos popularmente como psicopatas, cuja patologia está na conduta do indivíduo. Eles possuem três características importantes: profundo egoísmo (só pensam neles), falta de arrependimento e ausência de valores éticos e morais.
A condutopatia não é normalidade e nem a ruptura com a realidade, por isso eles parecem normais, capazes de viver em sociedade, sem ninguém notar. Porém, eles possuem distúrbios de sentimentos diferentes dos normais, que têm piedade, altruísmo e compaixão.
Os crimes cometidos por condutopatas, assim como os dos doentes mentais, são bizarros. Essa é a principal característica, mas o que seria um crime bizarro? Estou sem dinheiro, roubo a carteira do indivíduo e o mato para não ser descoberto. Isso é um crime que, mesmo que condenável juridicamente e moralmente, é compreensível. Agora, dois rapazes entram em uma escola, matam pessoas que nunca viram com machadadas e tiros e depois se matam, isso é bizarro, incompreensível. Os condutopatas não necessariamente precisam cometer crimes de sangue. Um exemplo nato são vários políticos corruptos, pois roubam sem remorso, principalmente por roubarem da saúde, dos idosos, da população, pensando somente neles, ficando arrependido apenas pelos meses de cadeia quando são pegos. Vários políticos corruptos são condutopatas, afirmou o psiquiatra.
Durante toda a discussão, diversos questionamentos sobre os traumas psicológicos, bullying e etc, ocorreram. Dr. Guido Palomba explicou que a condutopatia e doença mental não são adquiridas por essas questões, pois se a potência em desenvolver essas patologias é grande, pouco importa o meio social. Importante frisar que os pais devem repreender os filhos que praticam brincadeiras maldosas.
Outro momento interessante da live foi a abordagem ao infanticídio, visto que recentemente esse tema esteve nas páginas policiais por um crime bizarro ocorrido em uma cidade do litoral paulista. O infanticídio é matar uma criança no período puerperal. Algumas mulheres têm aquilo que chamamos psicose puerperal e, neste período, cometem crimes bizarros, matam a criança de forma cruel. Todos os infanticídios possuem alguma patologia mental, pois é filo ontogênico dar à luz.
Por fim, Dr. Guido encerrou dizendo que a doença mental deve ser tratada como tal, e ela não aumenta a periculosidade do indivíduo, pois um criminoso é um criminoso, podendo ter doença mental ou não.