WhatsApp: A nova arma dos 'Bandidos 2.0'

Número de registro de crimes envolvendo o aplicativo, e as redes sociais em geral, tem crescido exponencialmente neste ano

Por: Alexandre Lopes  -  25/06/19  -  12:34
Atualizado em 25/06/19 - 13:00
Transexual procura a polícia após ser ameaçada por grupo satânico
Transexual procura a polícia após ser ameaçada por grupo satânico   Foto: Reprodução/ Redes Sociais

"Olá, travesti. Uma boa noite para você. Eu sou um anjo enviado por um seguidor e irei te caçar onde você estiver neste exato momento. Você foi escolhida para ser sequestrada e irei te vender para um grupo de satanistas illuminatis".


A frase acima foi enviada, via WhatsApp, para a transexual B., de 21 anos. Imediatamente após as ameaças, B. procurou a Delegacia Sede de Santos e, com medo, registrou um boletim de ocorrência temendo que estivesse sendo perseguida por marginais.


O número de registro de crimes envolvendo o WhatsApp, e as redes sociais em geral, tem crescido exponencialmente neste ano. Muitas pessoas estão procurando as autoridades para denunciar golpes, ameaças e outras dezenas de crimes virtuais, como chantagem.


Com o avanço da tecnologia, os preços cada vez mais convidativos de equipamentos e, principalmente, a facilidade de acesso a qualquer tipo de conteúdo na internet, uma nova geração de marginais, que atuam atrás de uma tela de computador, tem crescido exponencialmente.


A falsa sensação de anonimato e de que não há a possibilidade de rastreio encoraja esses bandidos a praticarem ilícitos. Na chamada 'Deep Web', o acesso a conteúdos que vão desde pedofilia até manuais ensinando a clonar um cartão de crédito passo a passo ocorre desenfreadamente.


No caso de B., a polícia ainda não sabe que tipo de crime poderia ser cometido. A transexual acredita que as ameaças, na verdade, tem a ver com sua sexualiadade, e não com chantagem. Em determinadas mensagens, o suspeito afirmou que ela, após capturada, seria sacrificada pelo grupo.


A princípio, o caso foi registrado como crime de ameaça e já está sendo investigado. O celular de B. deverá ser periciado e, com isso, o trabalho dos policiais será facilitado. Ao contrário do que a maior parte das pessoas pensa, é, sim, possível rastrear os aparelhos. Cada vez mais, a impunidade deixa de existir na internet.


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
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