"Olá, travesti. Uma boa noite para você. Eu sou um anjo enviado por um seguidor e irei te caçar onde você estiver neste exato momento. Você foi escolhida para ser sequestrada e irei te vender para um grupo de satanistas illuminatis".
A frase acima foi enviada, via WhatsApp, para a transexual B., de 21 anos. Imediatamente após as ameaças, B. procurou a Delegacia Sede de Santos e, com medo, registrou um boletim de ocorrência temendo que estivesse sendo perseguida por marginais.
O número de registro de crimes envolvendo o WhatsApp, e as redes sociais em geral, tem crescido exponencialmente neste ano. Muitas pessoas estão procurando as autoridades para denunciar golpes, ameaças e outras dezenas de crimes virtuais, como chantagem.
Com o avanço da tecnologia, os preços cada vez mais convidativos de equipamentos e, principalmente, a facilidade de acesso a qualquer tipo de conteúdo na internet, uma nova geração de marginais, que atuam atrás de uma tela de computador, tem crescido exponencialmente.
A falsa sensação de anonimato e de que não há a possibilidade de rastreio encoraja esses bandidos a praticarem ilícitos. Na chamada 'Deep Web', o acesso a conteúdos que vão desde pedofilia até manuais ensinando a clonar um cartão de crédito passo a passo ocorre desenfreadamente.
No caso de B., a polícia ainda não sabe que tipo de crime poderia ser cometido. A transexual acredita que as ameaças, na verdade, tem a ver com sua sexualiadade, e não com chantagem. Em determinadas mensagens, o suspeito afirmou que ela, após capturada, seria sacrificada pelo grupo.
A princípio, o caso foi registrado como crime de ameaça e já está sendo investigado. O celular de B. deverá ser periciado e, com isso, o trabalho dos policiais será facilitado. Ao contrário do que a maior parte das pessoas pensa, é, sim, possível rastrear os aparelhos. Cada vez mais, a impunidade deixa de existir na internet.