Um homem preso no Centro de Detenção Provisória (CDP) de São Vicente, no litoral de São Paulo, morreu após passar mal por conta de uma intoxicação no dia 27 de Abril. Os familiares dele, porém, não foram avisados e descobriram a morte por um acaso uma semana depois.
Segundo Verônica Nascimento, de 47 anos, mãe do Helder Nascimento, de 31, o filho estava preso há nove meses. Ao notar que o 'kit higiênico' que ela enviava toda semana havia retornado, acabou descobrindo que o filho havia morrido e sido enterrado como indigente.
"Eu preciso de ajuda. Foi tudo erro deles. Está péssimo. Eu precisava de um enterro digno para o meu filho. Não comentaram nada, mas meu filho tem uma família, não era um animal. Todo mundo amava ele", afirmou a mãe em entrevista para a repórter Letícia Gomes.
Por conta da pandemia, nos últimos meses, Helder e a mãe conversavam apenas por cartas. Ao notar que o pacote enviado havia retornado, ela acionou um advogado que descobriu que o rapaz havia passado mal e tinha sido encaminhado a um hospital, onde morreu.
Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária, um procedimento está investigando possíveis falhas de comunicação entre a unidade e os familiares. O órgão diz que, no dia da morte, a assistência social tentou entrar em contato com os familiares, mas sem sucesso.
De acordo com informações do boletim de ocorrência, a causa da morte é apontada como intoxicação exógena. O corpo foi encaminhado para exame necroscópico e toxicológico antes de ser sepultado.