Prefeito de Santos se diz surpreso com atitudes negacionistas durante lockdown no litoral de SP

Rogério Santos (PSDB) participou do podcast Baixada em Pauta e falou sobre a atual situação da cidade em meio ao coronavírus.

Por: Alexandre Lopes  -  02/04/21  -  09:00
Rogério Santos é prefeito de Santos e presidente do Condesb
Rogério Santos é prefeito de Santos e presidente do Condesb   Foto: Reprodução/Rede Social

O prefeito de Santos, Rogério Santos (PSDB), foi meu convidado no podcast Baixada em Pauta, do G1, nesta sexta-feira (2). Durante o bate-papo, além de fazer uma análise dos efeitos do lockdown no município, Rogério se mostrou visivelmente incomodado com a atitude de alguns moradores da cidade que, em meio ao pior momento da pandemia na região, insistem em manter comportamentos negacionistas colocando a vida de outras pessoas em risco.


"Estou surpreso com a atitude de algumas pessoas. Tivemos o ano de 2020 inteiro como aprendizado, um ano em que começou a pandemia e que não se sabia nada sobre o vírus e sobre a doença. Avançamos muito. Aprendemos a usar máscaras, álcool em gel, aprendemos com erros e aprendemos com acertos. Neste ano era para que todos estivessemos conscientes do que está acontecendo. Me surpreende essa negação. As pessoas não enxergam essa guerra porque é um inimigo invisível. E o front da batalha se dá dentro das UTIS", desabafa.


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Apesar do lockdown com duração de duas semanas, a cidade não viu, neste primeiro momento, uma diminuição considerável da ocupação dos leitos e das UTIs destinadas a pacientes com o coronavírus, que continua em torno dos 90%. Mesmo assim, após uma reunião do Condesb, foi anunciado que a Baixada Santista encerraria o esquema e, a partir da próxima semana, voltaria a integrar a fase emergencial do Plano São Paulo, com menos restrições. Um novo lockdown, porém, não pode ser descartado.


"Criamos uma comissão que estuda os impactos da pandemia e acompanhamos dia após dia os números. A saída desse estado se dará de forma gradual e de acordo com a evolução de vários fatores que levam em conta, por exemplo, o quadro epidemiológico brasileiro, estadual e municipal. Essa nova variante que aparece em Sorocaba nos preocupa. Em relação ao lockdown, essa é uma decisão tomada pelos prefeitos da Baixada Santista em conjunto. Não tem como fazer uma medida restritiva se não for com todas as cidades. Até por conta da questão geográfica", afirma Rogério.


Durante o podcast, Rogério também destacou o trabalho que está sendo feito na administração municipal para minimizar os impactos do lockdown na economia municipal. Ao longo dos últimos dias, o prefeito de Santos teve que lidar com críticas e até mesmo ameaças de comerciantes da cidade que foram obrigados a fechar as portas. Segundo ele, o trabalho é feito para minimizar os impactos sociais e econômicos da pandemia. Para isso, vários pacotes e medidas foram lançadas.


"Estamos apoiando as empresas, os autônomos e o microempreendedor com isenção e remissão de taxas municipais. O que cabe ao município estamos fazendo. Outras coisas cabem ao Governo Federal e Estadual. Para pessoas desempregadas temos projetos sociais como o Capacita Santos. Também fazemos distribuição de cestas básicas e temos o Bom Prato aos fins de semana e com jantar. Estamos dando prioridade a atendimento para as pessoas que estão passando por essa doença grave, mas também quem está sofrendo com impacto econômico", completa.


Rogério também analisou o momento atual da pandemia na cidade. "Ninguém imaginava uma evolução tão triste e tão rápida assim. As variantes criaram uma outra pandemia. Em Setembro a gente já via a contaminação baixar e voltamos com algumas atividades no novo normal. Em Novembro tinhamos apenas 22% de ocupação de UTIs. Agora temos um novo desafio para o mundo todo. Na Europa fizeram lockdown, abriram e fecharam novamente. As aulas voltaram e pararam de novo. É uma dificuldade. A previsibilidade não é algo que possa ser marcado nessa doença imprevisível", diz.


"É uma batalha difícil, mas que precisa da colaboração da população. Sofro junto com a parte econômica. Nenhum prefeito gosta de medidas amargas, de ver a economia do jeito que está, de ver a cidade vazia. A gente pede para que as pessoas não saiam para a rua, mas ninguém gosta de ver a cidade vazia. Isso causa um sofrimento para todos nós. A doença afeta vários sistemas, inclusive o emocional, o lado psicológico com as pessoas confinadas. Nós somos seres humanos e seres humanos tem em sua essência o fato de viver em sociedade. Esses regramentos vão contra a natureza humana. Isso é muito triste para todos nós. É um momento que nós jamais imaginaríamos viver", finaliza.


Para ouvir o podcast 'Baixada em Pauta' completo basta clicar aqui. Você pode ouvir Baixada em Pauta no G1, no Spotify, no Castbox, no Google Podcasts, no Apple Podcasts, no Deezer, no Hello You ou no aplicativo de sua preferência. Assine ou siga o Baixada em Pauta, para ser avisado sempre que tiver novo episódio no ar.


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