A dona de casa Damaris Boneti de Oliveira, de 58 anos, que havia sido diagnosticada com Covid-19, morreu em Mongaguá, no litoral de São Paulo, enquanto aguardava uma vaga na UTI. Apesar de ter uma liminar da Justiça que obrigava o Estado a prestar o atendimento, ela estava intubada em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e acabou não resistindo.
A filha de Damaris, Renata Boneti Araújo, desabafou sobre a situação. "Estou me sentindo impotente. Lutei tanto e não consegui. O médico atestou o óbito por Covid-19 e não pudemos nem ao menos nos despedir. É muito difícil e dolorido. Não tem velório, não tem enterro. Meu marido também está internado e aguardando a transferência. Não sabemos o que fazer", lamenta.
O pedido de transferência foi feito na 2ª Vara Civil de Mongaguá e a liminar com tutela de urgência foi concedida na noite de terça-feira (30) pelo juiz Bruno Nascimento Trocolli. A decisão, porém, nunca foi acatada. A prefeitura, por outro lado, diz que o estado de saúde da paciente era 'instável', o que impedia a transferência para um hospital de referência.
Já o Estado afirmou que iniciou imediatamente a busca por uma vaga, mas seu estado era grave e evoluiu negativamente antes de haver condições para transferência. No caso de Damaris, a filha, Renata, chegou a ter que alugar um cilindro de oxigênio para ajudar a mãe a respirar melhor enquanto ainda estava em casa e precisou ser intubada ao ter 55% dos pulmões afetados.