Um aposentado de Praia Grande, no litoral de São Paulo, é mais uma vítima de um sistema de saúde completamente colapsado. Há cerca de quatro anos, o idoso, de 71, foi diagnosticado com uma hérnia infraumbilical que, dia após dia, foi crescendo até chegar ao estágio atual, com um peso aproximado de 30 quilos.
Segundo familiares, que não serão identificados para preservar a identidade do paciente, a hérnia começou com o tamanho de um limão, que estourava, infeccionava e provocava uma série de problemas. Com isso, vários exames e consultas foram feitas até ele ser encaminhado para o Hospital Guilherme Álvaro, em Santos.
O diagnóstico só veio três anos depois. Em 2019, quando foi descoberta a hérnia infraumbilical lipomatosa, o aposentado já não conseguia se mover com facilidade. "Ele não faz mais nada. Mal sai na rua e não consegue fazer as necessidades sem ser no banho. As crises de febre são semanais e ele perdeu a vontade de viver", disse uma filha ao G1.
Uma cirurgia chegou a ser agendada para novembro de 2019 e, durante o preparo, o idoso chegou a perder 50 kgs para reduzir os riscos do procedimento. "Mudaram três vezes a data e suspenderam por conta da pandemia. Continuamos sem perspectiva nenhuma de um agendamento. É muito triste ouvir que o caso não é urgente", reclama.
Ao repórter Gabriel Gatto, do G1, a Secretaria de Estado de Saúde afirmou que o aposentado é atendido por uma equipe multidisciplinar do Hospital Guilherme Álvaro. Após a reportagem, o Estado se comprometeu a, ainda nesta semana, fazer com que a unidade entre em contato para nova avaliação e definição da conduta terapêutica.