A mãe de um menino que foi atacado dentro do banheiro de um shopping por um padre, em Guarujá, afirma que não aguenta mais ver o filho sendo vítima de bullying. De acordo com ela, após o crime, o garoto virou motivo de brincadeiras maldosas entre os amigos e não quer mais ir para a escola.
O crime ocorreu no mês de dezembro dentro do Shopping La Plage, na Praia de Pitangueiras. O garoto vendia balas na rua, junto com amigos, quando recebeu um convite para tomar um 'milkshake' com o padre, que atua em uma paróquia na Zona Sul de São Paulo. Um dos garotos ficou desconfiado e acionou os seguranças, que flagraram a dupla nua dentro de um banheiro. O padre acabou sendo preso em flagrante mas, no fim de fevereiro, acabou tendo sua prisão preventiva revogada.
"Soube no sábado, pelas redes sociais, que ele havia sido solto. Estou com medo porque não sei qual é a intenção dele. O meu filho também ficou receoso, porque é revoltante. Fico pensando se ele poderia fazer isso com outra criança, correndo o risco de ficar impune novamente", lamenta a mãe do adolescente, de 14 anos, que prefere não se identificar para preservar a família.
De acordo com a mãe, porém, a situação é de tristeza. Desde o crime, o garoto passou a ser motivo de bullying a escola. "O apelido dele no colégio virou 'Padre'. Todo mundo zoa, todo mundo quer mexer com ele. Moro em uma viela e todo mundo ficou sabendo. Então, ele não quer mais ir para a escola. Desde que aconteceu o crime, nenhuma autoridade me procurou para saber como ele está ou me dar uma satisfação sobre o caso. Meu filho se tornou uma criança agressiva e chegou até a fugir de casa", reclama.
De acordo com o advogado do religioso, Gilmar José Mathias Prado, o padre está em liberdade, sob as condições cautelares de não se ausentar do endereço onde reside e não frequentar lugares suspeitos ou perigosos. A defesa diz que o caso corre em segredo de Justiça e que o Ministério Público (MP) concorda que não houve o crime de estupro. O padre, porém, segue afastado de suas funções religiosas.