Incêndio da Austrália poderá provocar 'chuva de fuligem' no litoral de SP, diz especialista

A fumaça, de fato, realmente chegou ao Rio Grande do Sul e avança em direção a outros estados brasileiros

Por: Alexandre Lopes  -  08/01/20  -  13:48
Atualizado em 08/01/20 - 13:55
Austrália convocou milhares de soldados da reserva para auxiliar no combate aos incêndios
Austrália convocou milhares de soldados da reserva para auxiliar no combate aos incêndios   Foto: PETER PARKS/AFP

Nas últimas horas, surgiram várias postagens nas redes sociais alertando para a chegada da fumaça causada pelos brutais incêndios na Austrália aqui na região do litoral de São Paulo. Os posts, sem qualquer confirmação científica ou citação a fonte, causaram alarmismo em algumas pessoas que passaram a compartilhar as informações, inclusive via WhatsApp.


Muitas informações divulgadas, porém, são inverídicas e, mais do que isso, não há motivo para pânico. A fumaça, de fato, realmente chegou ao Rio Grande do Sul e avança em direção a outros estados brasileiros. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), porém, é improvável que atinja o estado de São Paulo. Apesar disso, a possibilidade existe, segundo o climatologista Rodolfo Bonafim.


A fumaça, de fato, realmente chegou ao Rio Grande do Sul e avança em direção a outros estados brasileiros
A fumaça, de fato, realmente chegou ao Rio Grande do Sul e avança em direção a outros estados brasileiros   Foto: Reprodução/Inpe

Confira a análise do climatologista:


"Essa pluma é muito alta. Ela está sendo impulsionada por correntes de jato, que são ventos muito fortes nas camadas mais altas da atmosfera. Por isso, a fumaça está sendo mais facilmente transportada da Austrália para a América do Sul. Como ela é muito alta, não deve causar nenhum impacto na população. Isso não será capaz de provocar problemas respiratórios. Como há uma frente fria no Rio Grande do Sul, pode ocorrer que a partícula de fumaça se misture com a chuva, mas isso não oferece riscos. A baixa pressão que impulsiona a frente fria também pode trazer essa fumaça para nós, mas sem impactos. No máximo, com as pancadas de chuvas previstas para os próximos dias, pode acontecer de cair um pouco de fuligem, sujando os carros, mas lá perto de Iguape, Cananeia até mais ou menos Peruíbe. Outra coisa que pode acontecer é que o céu pode ficar com um tom mais avermelhado durante o pôr do Sol, justamente por conta da fumaça que espalha os raios do Sol"


Imagens de satélite publicadas pelo INPE, na última terça-feira (7), mostraram o estado do Rio Grande do Sul coberto pela fumaça vinda da Austrália. Os resíduos dos incêndios florestais também já cruzaram todo o Oceano Pacífico, na segunda-feira (6), e cobriram parte do Chile e da Argentina.


Os incêndios na Austrália já atingiram um território quase do tamanho da Inglaterra por conta do clima seco. Os primeiros focos começaram em setembro e estão entre os piores da história do país. A situação é considerada catastrófica por especialistas e, além da morte de dezenas de pessoas, meio bilhão de animais acabaram sendo queimados vivos nas florestas. Desde o início do incêndio, mais de 100 mil pessoas já tiveram que deixar suas casas.


Segundo o INPE é improvável que a fumaça atinja o estado de São Paulo. Apesar disso, a
possibilidade existe, segundo o climatologista Rodolfo Bonafim (Foto: Divulgação/Creative Commons)

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