Especialistas tentam identificar animal 'misterioso' que matou jovem em Praia Grande

Ao dar um mergulho, com água na altura da barriga, o estudante Alexandre Lima da Silva Júnior teve o abdômen rasgado

Por: Alexandre Lopes  -  28/01/20  -  10:49
Atualizado em 28/01/20 - 11:01
Alexandre Lima da Silva Júnior, de 16 anos, morreu após ficar 35 dias internado
Alexandre Lima da Silva Júnior, de 16 anos, morreu após ficar 35 dias internado   Foto: Arquivo pessoal

Um caso divulgado na tarde de ontem pelo repórter Eduardo Velozo Fuccia, aqui em A Tribuna, causou muita preocupação entre os centenas de milhares de banhistas que aproveitam as praias da região. Um menino, de 16 anos, morreu após ter o corpo perfurado, supostamente por um animal marinho, em Praia Grande.


O estudante Alexandre Lima da Silva Júnior, natural da Grande São Paulo, aproveitava a praia com amigos e familiares quando o incidente ocorreu. Ao dar um mergulho, com água na altura da barriga, ele teve o abdômen rasgado. Ninguém soube explicar exatamente o que ocorreu e, após 34 dias internado, com diferentes diagnósticos, ele não resistiu aos ferimentos e acabou morrendo.


Segundo o laudo apresentado à família, Alexandre sofreu uma perfuração em vários órgãos e, com isso, foi vítima de uma hemorragia interna. Além de sentir muitas dortes e vomitar, o jovem, que vivia em Osasco, apresentou quadro de febre alta. O ferimento chegou a ser suturado e ele recebeu alta médica, mas os sintomas acabaram piorando e ele finalmente foi transferido a um hospital de Santos.


Segundo biólogos ouvidos pela reportagem, não é possível descartar que Alexandre tenha sido ferido por algum lixo contaminado escondido no fundo do mar. A principal hipótese, porém, é mesmo de contato com uma raia. A hipótese de ataque, de qualquer maneira, é praticamente inexistente, já que as raias são extremamente dóceis e não costumam atingir, de forma voluntária, seres-humanos.


"O ferrão se encontra mais ou menos na metade da cauda. É uma estrutura calcificada, totalmente composta por espinhos. É coberto por um tecido glandular, onde são produzidas as toxinas. Quando perfura a pele de uma pessoa, é injetado o veneno produzido, que age no tecido causando bastante sangramento e uma dor aguda", explicou o biólogo Aguinaldo Sanches. Essa toxina, portanto, seria responsável pela febre no rapaz.


Não são raros os casos de raias encontradas na região. No fim do ano passado, por exemplo, uma espécie extremamente incomum, chamada de 'raia-diabo', foi capturada por pescadores e devolvida ao mar em Mongaguá, cidade vizinha de Praia Grande. Também no ano passado, uma outra raia, ameaçada de extinção, foi achada morta em Praia Grande, na orla do bairro Boqueirão, e acabou sendo registrada por banhistas que passavam pelo local.


Raia ameaça de extinção já foi encontrada na orla de Praia Grande
Raia ameaça de extinção já foi encontrada na orla de Praia Grande   Foto: Arquivo Pessoal/Herika de Albuquerque

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