'Doença do Pombo' foi confundida com síndrome do pânico em Santos

A doença, segundo especialistas, não é tão simples de ser identificada

Por: Alexandre Lopes  -  08/08/19  -  17:33
Apesar de nome 'Doença do Pombo', não são apenas esses animais que causam a enfermidade
Apesar de nome 'Doença do Pombo', não são apenas esses animais que causam a enfermidade   Foto: Arquivo/Divulgação

Os recentes casos de criptococose, popularmente conhecida como 'Doença do Pombo', acenderam um sinal de alerta entre os moradores da Baixada Santista. Duas pessoas, um repórter-cinematográfico e um empresário, acabaram morrendo em Santos, nos últimos dias, após receberem uma série de diagnósticos errados.


A doença, segundo especialistas, não é tão simples de ser identificada. No caso do empresário José Wilson de Souza, de 56 anos, os médicos chegaram a desconfiar, inclusive, que ele estava com sintomas de síndrome do pânico. Segundo familiares, apenas após um AVC foi fechado diagnóstico de criptococose.


Apesar de ser conhecida como 'Doença do Pombo', não são apenas esses animais que causam a enfermidade. De acordo com o Ministério da Saúde, o principal reservatório do fungo é matéria orgânica morta presente no solo, em frutas secas, cereais e nas aves, além, claro, das já citadas fezes das aves como um todo, e não só os pombos, que levam a culpa.


Esses fungos se espalham pelo ar e o risco maior é em ambientes fechados onde esses animais se abrigam. Após ser inalado pelas pessoas, o fungo se instala no pulmão e inicia um longo ciclo, até migrar para o sistema nervoso central. Existe tratamento mas, em geral, a doença é extremamente perigosa e fatal.


Segundo a infectologista Rosana Richtmann, a rápida reprodução dos pombos dificulta o controle da doença em grandes cidades. Ao G1, ela explicou que as fezes ressecadas das aves, espalhadas pelo vento, podem ser inaladas e causar doenças. A recomendação é evitar totalmente o contato com os pombos e, principalmente, não alimentá-los.


Em nota, a Secretaria de Saúde de Santos informou que a doença não é de notificação obrigatória pelas unidades de saúde públicas e particulares, conforme os atuais protocolos. Por essa razão, não há dados estatísticos que apontem um possível crescimento das contaminações na cidade.


Entre os sintomas da criptococose estão: febre, fraqueza, dor no peito, rigidez de nuca, dor de cabeça, náusea, vômito, sudorese noturna, confusão mental, alterações de visão e comprometimento ocular, pulmonar e ósseo.


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