Surge um novo perfil de turista: na sala de espera pelas viagens

Características do viajante no pós-pandemia mostram medo de contaminação, mas grande vontade de passear

Por: Da Redação  -  05/07/20  -  20:06
Estação Ecológica Jureia –Itatins foi uma das atrações citadas por Carvalho
Estação Ecológica Jureia –Itatins foi uma das atrações citadas por Carvalho   Foto: Reprodução/Alberto Marques

Cauteloso, com poder aquisitivo mais reduzido, mas ávido por sair do isolamento social. Este é o perfil do novo turista, que surge para o pós-pandemia. Ainda que o coronavírus ainda seja uma preocupação – e deve continuar por um bom tempo –, o setor já reconhece algumas características de quem quiser viajar nos próximos tempos. 


“A gente observa o movimento nas cidades onde estão sendo liberadas (as atividades), o quanto têm ido para a rua. Isso caracteriza que as pessoas têm essa necessidade. O que temos que estar preocupados é com a segurança e o bem estar de cada um, em saber fazer isso corretamente”, avalia Toni Sando, presidente do São Paulo Convention & Visitors Bureau. 


Já o presidente da Aviesp, Marcos Lucas, destaca a disposição em viajar, quando o coronavírus recrudescer, como uma vitória sobre a crise que pegou o mundo em cheio. “As famílias vão sair de um momento de isolamento, e esse será um momento de celebração. A família vai querer sair quando ela puder. Nós entendemos que vai haver uma grande procura por viagens, assim que for possível sair de casa”, pondera. 


Para estimular esse turismo, não faltarão estratégias. A campanha SP Para Todos, por exemplo, já tem filmes engatilhados para voltar a vender os encantos turísticos paulistas, com especial destaque para a Baixada Santista. “Um deles mostra a Imigrantes numa imagem aérea, chegando até Santos, mostrando toda a beleza desta rota”, revela Sando.


Coordenadora do curso de Turismo da Unip (Campus Rangel), Simone Monteiro Cardoso, vai na mesma linha.


“Acima de tudo, há uma vontade enorme de sair. Conhecer um pouco do que tem na sua cidade ou próximo dela. Você percebe essa necessidade, a vontade de viajar irá existir. E acontecerá. Tudo, porém, com certa cautela ainda”.


Espaços abertos


Uma possível predileção por lugares abertos, sem aglomerações mais de contato com a natureza, também é vista de forma positiva, ainda que o poder aquisitivo tenha caído por conta da situação econômica gerada pela pandemia. 


“Concordo que as pessoas têm menos recursos financeiros. Mas as pessoas têm uma necessidade de desestressar, sair do ambiente comum, ter contato com a natureza. As pessoas estão enclausuradas. Temos falado muito de liberdade”, opina o presidente do Santos CVB, Leonardo Carvalho. Ele cita atrações como a Laje de Santos, a Estação Ecológica Jureia –Itatins (Peruíbe) e reservas de Mata Atlântica como boas opções nesse sentido. 


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