São Sebastião respira cultura e história

A cultura e a história da cidade foram construídas ao longo de seus 365 anos

Por: Reginaldo Pupo, especial para A Tribuna  -  07/11/21  -  14:17
  Foto: Reginaldo Pupo

Apesar de suas badaladas e famosas praias, o município de São Sebastião (160 km de Santos), com seus 120 km de extensão, também respira muita cultura e História, construídas ao longo de seus 365 anos, que podem ser conhecidas por meio de museus, sítios arqueológicos, centro histórico, vilas de pescadores e até uma aldeia indígena.


Clique, assine A Tribuna por apenas R$ 1,90 e ganhe centenas de benefícios!


A praia de Boraceia é a mais próxima de Santos. A partir dela, pela sinuosa, mas espetacular rodovia Rio-Santos, o turista encontrará cenários cinematográficos, onde a Mata Atlântica praticamente “abraça” o mar. É uma das estradas mais belas do País, justamente por cortar a Serra do Mar e o Atlântico.


É por ela que o visitante passará pelas mais badaladas e belas praias sebastianenses, como Barra do Sahy, Barra do Una, Juquehy, Camburi, Boiçucanga, Maresias, Santiago, Paúba, Toque Toque Pequeno, Toque Toque Grande, Guaecá, Barequeçaba, entre outras, pelo lado sul da cidade.


Após passar pelo centro, o turista acessará, ainda pela Rio-Santos, as praias Deserta, Pontal da Cruz, Arrastão, São Francisco, Cigarras e Enseada.


Além de suas belas praias, São Sebastião possui uma riqueza histórica inigualável. Passear pelo Centro Histórico, formado por sete quarteirões tombados pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico), com construções dos séculos 17 e 18, é viajar de volta ao passado.


Alguns dos prédios históricos, como a Casa Esperança, Casa de Cultura e Igreja Matriz, ainda preservam suas técnicas de construções originais, com o uso de areia e óleo de baleia.


Aproveite para visitar o Complexo Turístico da Avenida da Praia (Avenida Dr. Altino Arantes), com restaurantes, cafés, sorveterias, espaços para artesanatos, exposições, shows, apresentações culturais e deck de contemplação do mar e de tartarugas marinhas.


Além das praias, os visitantes também podem visitar cachoeiras, rios e ilhas; conhecer a alta gastronomia, praticar esportes de aventura e esportes náuticos; além de muitas opções de lazer, mergulho, vida marinha, voo livre, bem-estar, eventos, shows, entretenimento, entre tantas outras opções. É um turbilhão de emoções.


 Convento Nossa Senhora do Amparo, e o Centro Histórico, que lembra Paraty
Convento Nossa Senhora do Amparo, e o Centro Histórico, que lembra Paraty   Foto: Reginaldo Pupo

Volta ao passado
Dois lugares são imperdíveis para serem visitados durante a estadia por São Sebastião. Um deles é o Centro Histórico, o lado mais turístico da região central. O cenário faz lembrar cidades como Paraty (RJ) e Ouro Preto (MG). É por lá que está localizada a Igreja Matriz de São Sebastião (Rua João Batista Fernandes, 22), considerada um marco na história do povo caiçara, sendo um importante símbolo de religiosidade e desenvolvimento da cidade.


Construída entre 1606 e 1630, foi erguida com pedra, cal de conchas e óleo de baleia, em estilo jesuítico com composições renascentistas, moderadas e regulares, imbuídas do espírito severo da Contrarreforma. O frontão reto, triangular, mostra a transição entre o Renascimento e o Barroco, e a capela-mor - mais estreita – é o modelo mais comum no Brasil colonial.


Entre 1998 e 2000, o templo correu o risco de ruir, sendo totalmente restaurado em 2001. Durante a reforma, foram encontradas imagens de barro cozido emparedadas, imagem de Santa Luzia, São Brás, Nossa Senhora com menino e Santo Antônio, sendo descoberto um valioso patrimônio de arte sacra da região.


Também foram encontrados fragmentos de um Cristo crucificado e de uma imagem de São Sebastião. Atualmente, essas imagens sacras encontram-se na Capela de São Gonçalo, onde funciona o Museu de Arte Sacra, a dois quarteirões dali.


São Francisco guarda surpresas


Outro lugar que vale a pena visitar é o Bairro São Francisco (o nome “bairro” foi incorporado ao nome da localidade pelos moradores), uma vila de pescadores artesanais que ainda resiste ao tempo. É lá que está localizado o Convento Nossa Senhora do Amparo (Rua Martins do Val, s/n), primeira construção erguida na cidade.


A licença para a construção foi dada por Provisão em 1658. As obras iniciaram em 1664. A construção, feita com a ajuda de escravos, levou quatro anos para erguer um conjunto composto pela igreja e convento. Foi construído com taipa de pilão e também pedra e alvenaria de tijolo. Em meados de 1668, aproximando-se do seu acabamento, foi celebrada a primeira festa de Nossa Senhora do Amparo.


Caminhando pela Rua Martins do Val, a principal do bairro, observa-se centenas de barcos de pescadores ancorados na baía de São Francisco. As praças, de frente para o mar, são repletas de chapéus de sol, dando um ar bucólico ao lugar. As casas ainda preservam a arquitetura colonial, com as portas e janelas rentes à calçada, sem garagens ou quintais na frente. O tempo parou por ali....


Tudo sobre:
Logo A Tribuna
Newsletter