Acostumada a levar turmas de alunos a incursões de turismo pedagógico em São Paulo ao longo dos últimos 20 anos, a Terra Nativa buscou um meio de transportar a vivência em campo para a tela. A operadora criou uma expedição virtual à Tenondé Porã, terra Guarani no extremo sul da capital paulista. “A gente gosta de conversar com o passageiro, para conhecer a experiência dele com o assunto e construir em cima. Vai depender muito do público, se a gente falar mais sobre demarcação de terra, artesanato ou culinária”, explica Paulin Talaska, proprietária da empresa. “A ideia é que se possa visitar no futuro, conversar com essas pessoas, retomar o programa de turismo que fez com essa aldeia também se mantivesse no lugar”, completa.
A previsão é continuar com as expedições virtuais depois da pandemia para que o viajante já vá ao lugar com algum conhecimento prévio e possa aprofundá-lo presencialmente. Em 2020, uma das escolas parceiras da Terra Nativa organizou a venda de artesanato da comunidade por um perfil de Instagram. O movimento, encerrado em janeiro deste ano, rendeu R$ 1.451 aos Guaranis pela venda de 30 produtos.
O guia se mantém conecta
O guia Matan Ankava comenta que a maioria das pessoas não pensa em indígena morando na metrópole, só na Amazônia. “São Paulo ainda é delimitada por terras indígenas”, diz. O site é o
Estímulo do ao vivo serve para o futuro
Camila acredita que apoiar e participar é muito importante, mas como uma solução temporária. “A vivência ao vivo é outra coisa: experimentar dormir na rede, percorrer o território com as pessoas de lá, comer sentado embaixo do telhado de palha ouvindo os conhecimentos. E para eles são dias de festa. Também estão ansiosos para tudo voltar. Nessas experiências, a conexão é de ambos”, conclui.